O governo de Donald Trump determinou a incineração de quase 500 toneladas de alimentos destinados a pessoas em situação de emergência, conforme reportagem do jornal The Atlantic. segundo a agência Reuters, lotes desses alimentos serão destruídos ou descartados em aterros nos Emirados Árabes Unidos, numa operação que custará cerca de US$ 100 mil aos estados Unidos. Essa decisão ocorre após o congelamento dos repasses da ajuda humanitária no início do mandato de Trump, deixando milhares de toneladas armazenadas prestes a vencer.
Congelamento da ajuda e risco ao desperdício
No começo do governo Trump, o envio da ajuda humanitária foi suspenso, resultando no acúmulo de aproximadamente 1.100 toneladas de alimentos estocados em Dubai com prazo próximo ao vencimento. Para evitar o desperdício total dos recursos públicos investidos nesses suprimentos, uma autoridade americana autorizou um acordo para reaproveitar parte dessa carga.
Acordo parcial e destruição dos alimentos
O acordo permitiu salvar 622 toneladas desses biscoitos fortificados – altamente calóricos e indicados para situações sem estrutura adequada para preparo – que agora serão enviados para países como Síria, Bangladesh e Mianmar. No entanto, outras 496 toneladas avaliadas em US$ 793 mil serão incineradas ou descartadas. De acordo com fontes da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (usaid), esses biscoitos destruídos seriam suficientes para alimentar durante uma semana todas as crianças enfrentando insegurança alimentar aguda na Faixa de Gaza.
Impactos das demissões e atrasos nas operações humanitárias
A paralisação das verbas aliada à demissão massiva dos contratados pela Usaid provocou desorganização nas operações globais da assistência externa americana. Um porta-voz do Departamento de Estado confirmou que os estoques excedentes foram adquiridos como contingência além das projeções feitas durante o governo anterior.
Mudança na gestão dificulta repasses
Com a nomeação interina de Jeremy Lewin e kenneth Jackson ligados ao Departamento de Eficiência Governamental (Doge) para administrar a Usaid, houve relatos sobre encerramento abrupto dos programas alimentares e restrições às organizações solicitantes dos biscoitos armazenados. Embora um funcionário anônimo tenha negado essas proibições categoricamente, atrasos significativos ocorreram antes da assinatura formal do acordo que salvou parte da carga.
Consequências humanitárias e incertezas futuras
Segundo informações apuradas pela Reuters, as quase 500 toneladas restantes destinadas originalmente ao Afeganistão e Paquistão poderiam alimentar cerca de 27 mil pessoas por um mês se fossem distribuídas adequadamente. A Organização das Nações Unidas estima que mais de 319 milhões enfrentam insegurança alimentar aguda globalmente; desse total, cerca de 1,9 milhão passam fome extrema, especialmente em regiões como Gaza e Sudão.
Perspectivas sobre assistência externa americana
Os Estados Unidos continuam sendo os maiores financiadores mundiais dessa assistência – respondendo por aproximadamente 38% das contribuições registradas pela ONU – tendo investido US$ 61 bilhões até agora em 2024 via Usaid.Contudo, com as recentes notificações enviadas pelo governo Trump ao Congresso sobre demissões escalonadas na agência até setembro deste ano visando seu fechamento gradual há grande apreensão quanto à continuidade eficaz dessas ações humanitárias.
Em declaração recente feita pelo secretário Marco Rubio durante transferência administrativa da Usaid ao Departamento Estadual americano ficou claro que haverá mudança no modelo tradicional baseado na caridade direta: pretende-se focar mais no fortalecimento estrutural sustentável nos países beneficiários.
Acompanhe as atualizações desta matéria e outras reportagens relevantes no Portal notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!