segunda-feira, novembro 3, 2025
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Estudo aponta que 29% dos brasileiros têm dificuldades em compreender textos simples

Um estudo recente divulgado pelo Indicador de alfabetismo Funcional (inaf) revela que 29% da população brasileira entre 15 e 64 anos não consegue compreender textos simples, mesmo após anos de escolarização. A pesquisa, realizada entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025 com mais de duas mil pessoas em todas as regiões do país, aponta um cenário preocupante que exige atenção das políticas públicas para reduzir essa desigualdade.

Analfabetismo funcional no Brasil

Três em cada dez brasileiros nessa faixa etária apresentam dificuldades significativas na leitura e escrita, caracterizando o analfabetismo funcional. Essas pessoas têm problemas para entender pequenas frases ou identificar informações básicas como números de telefone e preços. O percentual se mantém estável desde 2018,quando também foi registrado em 29%.

Crescimento do analfabetismo funcional entre jovens

O Inaf destaca um aumento no índice entre os jovens de 15 a 29 anos: passou de 14% em 2018 para 16% em 2024. Os pesquisadores atribuem esse amazonas-recebem-r-847-milhoes-em-apoio-financeiro/” title=”Recursos do FPM: Municípios do … Recebem R$ 84,7 Milhões em Apoio Financeiro”>crescimento ao impacto da pandemia, período marcado pelo fechamento das escolas e interrupção das aulas presenciais.

Classificação dos níveis de alfabetismo

O indicador divide a população conforme o nível de alfabetização obtido por meio dos testes aplicados:

  • Analfabeto e rudimentar: juntos formam o grupo dos analfabetos funcionais.
  • Elementar: representa quem compreende textos médios e resolve operações matemáticas básicas.
  • Intermediário e proficiente: correspondem ao alfabetismo consolidado.

A maior parte da população (36%) está no nível elementar; outros 35% alcançam o patamar consolidado, mas apenas uma parcela menor (10%) atinge o nível proficiente.

Impactos sociais do analfabetismo

Roberto Catelli, coordenador da área de educação para jovens e adultos na Ação Educativa – uma das organizações responsáveis pelo Inaf – ressalta que a falta do domínio básico da leitura gera “uma limitação muito grave” que dificulta a vida cotidiana dessas pessoas. Ele defende políticas públicas robustas não só na educação formal como também na redução das desigualdades sociais para evitar a perpetuação dessa exclusão.

Alfabetização no mercado de trabalho

Mesmo entre trabalhadores ativos, os índices são alarmantes:

  • 27% são analfabetos funcionais
  • 34% possuem alfabetização elementar
  • Apenas 40% têm níveis consolidados

Entre aqueles com ensino superior completo ou mais alto grau acadêmico, ainda há cerca de 12% classificados como analfabetos funcionais.

Desigualdades raciais na alfabetização

O estudo também evidencia disparidades significativas segundo grupos étnicos:

  • Entre brancos: 28% são analfabetos funcionais; 41%, alfabetizados consolidados
  • Entre negros: esses números sobem para 30% e caem para 31%, respectivamente
  • Entre indígenas e amarelos: quase metade (47%) é analfabeta funcional; apenas 19%** tem alfabetização consolidada

Esmeralda Macana, coordenadora do Observatório Fundação Itaú parceiro da pesquisa, enfatiza a urgência em garantir educação qualificada universalmente. Ela alerta sobre a necessidade acelerar as ações diante do avanço tecnológico acelerado pela inteligência artificial:

“A qualidade precisa ser ampliada para assegurar que crianças e adolescentes tenham aprendizado adequado à sua idade dentro da educação básica.”

Sobre o Indicador Inaf

Após seis anos sem ser realizado regularmente, este levantamento contou com uma amostra representativa nacional composta por mais de duas mil pessoas testadas nas habilidades básicas essenciais à vida moderna – leitura, escrita e matemática – incluindo pela primeira vez dados sobre alfabetismo digital.A margem estimada erro varia entre dois a três pontos percentuais conforme faixa etária analisada com intervalo confiável estimado em noventa cinco por cento.


Diante desse cenário desafiador revelado pelo Inaf é fundamental fortalecer iniciativas locais voltadas à melhoria educacional contínua especialmente nas regiões menos favorecidas economicamente como muitas áreas cobertas pelas notícias do Amazonas mostram diariamente. Investir numa base sólida garante melhores oportunidades futuras aos cidadãos brasileiros evitando exclusões persistentes geradas pela baixa escolaridade funcional.

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