O mês de março é dedicado à campanha de conscientização sobre a endometriose,uma doença silenciosa e dolorosa que pode causar sérios impactos na vida da mulher se não for diagnosticada e tratada adequadamente. segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de uma em cada dez mulheres apresenta sintomas da doença sem saber. Em 2021, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou mais de 26,4 mil atendimentos relacionados à endometriose e aproximadamente 8 mil internações na rede pública. O diagnóstico inicial depende do exame ginecológico,especialmente o toque vaginal,fundamental para identificar casos profundos da doença.
Entendendo a Endometriose
A endometriose ocorre quando as células do tecido que normalmente revestem o útero (endométrio) não são eliminadas durante a menstruação. Em vez disso, elas migram para os ovários ou para a cavidade abdominal, onde continuam a crescer e sangrar.Esse processo provoca inflamação local e dor intensa.
Sintomas comuns
Um dos principais sinais é a cólica menstrual intensa, que tende a ser constante e progressiva ao longo do tempo. Além disso, muitas mulheres apresentam dor pélvica crônica durante as relações sexuais e dificuldades para engravidar devido à infertilidade associada ao avanço da doença.
Diagnóstico e tratamento
O cirurgião ginecologista Roberto Carvalhosa, com atuação no Hospital da Piedade no Rio de Janeiro há mais de quatro décadas, destaca que o diagnóstico costuma demorar entre sete e nove anos após os primeiros sintomas aparecerem. Ele explica que uma anamnese detalhada combinada com um exame clínico rigoroso pode levar a uma suspeita correta em até 98% dos casos.
Exames complementares
Apesar disso,Carvalhosa observa que muitos profissionais tendem hoje em dia a priorizar exames como ressonância magnética ou ultrassonografia antes mesmo do exame clínico adequado – prática que pode atrasar ainda mais o diagnóstico correto.
Atendimento pelo SUS
As unidades básicas de saúde oferecem atendimento inicial com exames diagnósticos para evitar agravamentos.Quando necessário cirurgia é indicada conforme idade e gravidade do caso; nesse momento as pacientes são encaminhadas aos hospitais especializados.
Experiência pessoal: relato sobre conviver com endometriose
Mônica Vieira tem 25 anos e convive com endometriose desde os 14 anos. Ela relata sofrer principalmente com cólicas menstruais intensas e dores durante relações sexuais. Para controlar os sintomas adotou um tratamento baseado na ginecologia natural usando remédios manipulados à base de substâncias anti-inflamatórias naturais como cúrcuma (açafrão-da-terra). Mônica também mudou seus hábitos alimentares e pratica exercícios pélvicos visando reduzir desconfortos.
Ela ressalta ainda que cada caso é único: “A endometriose apresenta graus variados tanto na intensidade quanto na localização das dores”, afirma.
Impactos físicos e emocionais da doença
Além das consequências físicas evidentes – como dor crônica – Carvalhosa chama atenção para o sofrimento psicológico causado pela condição: perda da capacidade laboral ou dificuldade em realizar o sonho materno são exemplos frequentes entre suas pacientes.
ele reforça ser esta “a cirurgia mais complexa” dentre todas as realizadas por ele devido às múltiplas implicações clínicas envolvidas no tratamento dessa enfermidade benigna porém grave.
Conclusão
A conscientização sobre os sinais iniciais da endometriose é essencial para reduzir seu tempo médio elevado até o diagnóstico correto – fator decisivo para melhorar qualidade de vida das mulheres afetadas no Amazonas and região metropolitana.
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