domingo, novembro 23, 2025
InícioAmazonasPolítica‘Eleitor sabe quem atua de verdade’, diz Adjuto Afonso

‘Eleitor sabe quem atua de verdade’, diz Adjuto Afonso

Formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Adjuto Afonso exerce o sexto mandato de sua carreira política, sendo eleito deputado estadual nos anos de 1998, 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022. Tem como bandeira de luta o desenvolvimento econômico a partir do empreendedorismo e do cooperativismo, e acredita em um novo modelo econômico para o interior, que incentive o crescimento de acordo com as potencialidades de cada região, especialmente, o setor primário. Também defende a Zona Franca de Manaus e a extensão do Polo para dentro do estado.

Adjuto Afonso encabeça movimentos pela construção e reforma de portos, aeroportos, abertura de novas hidrovias, e que sejam estabelecidos critérios para a privatização do rio Madeira, conforme projeta o governo federal, assim como também luta pela regulamentação da navegação, pois as estradas do Amazonas são os rios. Confira a entrevista:

EM TEMPO – Entre os projetos de lei de sua autoria, quais já estão em vigor e têm gerado impacto direto na vida da população?
ADJUTO AFONSO – No decorrer desses seis mandatos, fui autor de uma Lei pensada no contexto da pandemia da Covid-19, mas que até hoje beneficia a população do Estado, principalmente aos nossos irmãos do interior. A Lei nº 5.405, de 2021, possibilita que farmácias e drogarias do Amazonas ofereçam assistência farmacêutica por meio do teletrabalho ou atendimento farmacêuti co remoto aos seus pacientes. Vale destacar que a iniciativa não prevê a subs tuição da presença física do farmacêutico, mas permite que farmácias e drogarias realizem serviços de telessaúde, justamente sob a orientação de um profissional farmacêutico. Temos uma insuficiência de farmacêu cos em diversos municípios amazonenses e essa lei ajuda a equacionar esse problema, garantindo e ampliando a assistência em localidades desprovidas desse profissional.

ET – Dessas propostas, qual o senhor considera de maior destaque até o momento?
AA – O papel do deputado não é apenas a elaboração das Leis. Cabe aos parlamentares, também, fazer indicações ao Executivo para serem analisadas e que retornem à Casa Legislativa em forma de Projeto de Lei para serem discu dos, votados e aprovados na Assembleia. Nesse contexto, propus emendas à Lei nº 7.402/2025, que altera a Lei nº5.604/2021, e que define regras para o serviço de transporte hidroviário intermunicipal de passageiros e cargas aqui no Amazonas. A nova legislação, já sancionada pelo governador Wilson Lima, veio para melhorar a qualidade dos serviços de transporte fluvial no Amazonas e é resultado de uma ampla discussão, em Audiências Públicas propostas por mim, com representantes do segmento do transporte fluvial, tanto de cargas como de passageiros.

ET – Como 1º vice-presidente da Aleam, como o senhor avalia a trajetória da Casa até o momento?
AA – Como 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, avalio que a trajetória da Casa, sob o comando do deputado Roberto Cidade na presidência, tem sido marcada por avanços significativos e por um compromisso cada vez maior com a modernização, a transparência e a proximidade com a população. Temos trabalhado de forma integrada entre a Mesa Diretora e os demais parlamentares para aprimorar os processos legislativos, fortalecer a fiscalização das políticas públicas e garantir que as demandas da sociedade amazonense sejam atendidas com responsabilidade e eficiência. A Aleam tem demonstrado maturidade ins tucional, mantendo um diálogo permanente com os diversos setores do Estado e buscando soluções que contribuam para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Amazonas.

ET – Como secretário geral, qual o principal papel da União de Parlamentares Sul Americanos e do Mercosul (UPM)?
AA – O principal papel da União de Parlamentares Sul Americanos e do Mercosul (UPM) é atuar como um espaço de articulação e cooperação entre os parlamentos estaduais dos países integrantes do Mercosul, fortalecendo a integração regional e aproximando nossas legislações, políticas públicas e agendas estratégicas. No caso específico do Bloco Brasileiro da UPM, nossa missão é coordenar a participação dos deputados estaduais brasileiros em temas relacionados ao Mercosul, promovendo o diálogo com os demais blocos nacionais e com entidades congêneres.

ET – Entre as suas bandeiras estão o empreendedorismo e o coopera vismo. Como o senhor tem trabalhado para priorizar essas áreas?
AA – Como presidente de duas Frentes Parlamentares, a de apoio ao empreendedorismo e ao cooperativismo, atuamos em parceria com as entidades desses segmentos, seja OCB, seja o Sebrae, Afeam, entre outros, oferecendo atendimentos, prestando orientações e até intermediando negociações para inserir cada vez mais empreendedores no mercado. Nossa Frente Parlamentar de Apoio ao Empreendedorismo opera em parceria com o Sebrae-AM, realiza atendimentos a empreendedores dentro de uma Assembleia Legislativa do país. Tanto o empreendedorismo quanto o cooperativismo têm um enorme potencial para impactar positivamente a área industrial, especialmente ao fortalecer cadeias produtivas locais e ampliar a oferta de matéria-prima com qualidade, regularidade e valor agregado.

ET – Há projetos voltados especificamente para pequenos, médios e grandes empresários? Quais seriam?
AA – Como apoiador do empreendedorismo e do cooperativismo, nossas ações são, principalmente, voltadas para os pequenos e médios empresários. O que não impede, porém, de que os grandes empresários aqui do estado, em especial do Polo Industrial também sejam impactados pelas ações do nosso mandato. Um exemplo: quando a gente garante que os produtores de borracha do interior tenham acesso a crédito para produzir mais látex, com mais eficiência e mais qualidade, isso beneficia diretamente o setor de Duas Rodas, o setor Plástico do PIM, que passam a ter acesso mais rápidos aos nossos bioinsumos que também são indispensáveis, já que estamos falando que uma cadeia produtiva. O mesmo vale para a castanha, o mesmo vale paro o açaí, e tantos outros insumos.

ET – Estamos em um ano pré-eleitoral. Como o senhor define sua atuação nesse período?
AA – Mesmo estando em um ano pré-eleitoral, não vamos diminuir o ritmo de trabalho. Minhas pautas continuam tendo por base o compromisso com o trabalho parlamentar e o respeito às instituições. Meu foco continua sendo a defesa dos interesses da população, o acompanhamento das políticas públicas e a busca de soluções para os desafios do nosso Estado. Entendo que a melhor forma de atuar nesse e em qualquer outro período é mantendo responsabilidade, transparência e coerência com aquilo que venho defendendo ao longo de meus mandatos. Continuo trabalhando para entregar resultados concretos, fortalecer ações que melhoram a vida das pessoas e construindo políticas duradouras, sem misturar o papel institucional com o processo eleitoral. Acredito que o eleitor reconhece quem trabalha de forma séria e continua, independentemente do calendário políco.

ET – Quais são suas projeções para 2026?
AA – Para 2026, minhas projeções estão centradas no fortalecimento do trabalho que já venho desenvolvendo e na continuidade de uma agenda responsável voltada ao desenvolvimento do nosso Estado. Acredito que o próximo ciclo será decisivo para avançarmos em pautas estruturantes, como o planejamento territorial, a sustentabilidade econômica do Amazonas, o fortalecimento do setor primário e a garantia de políticas públicas que atendam, de fato, às necessidades da população. Minha expectativa é seguir contribuindo de forma séria e consistente, ampliando o diálogo com os municípios, com as instituições e com a sociedade civil, para que possamos construir soluções duradouras e preparar o Estado para os desafios dos próximos anos.

ARTIGOS RELACIONADOS

Mais populares