sábado, maio 24, 2025
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Descoberta de Urna Funerária com Restos Mortais na Comunidade Massarabi, Amazonas

Uma urna funerária contendo restos mortais foi descoberta no início de maio na Comunidade Massarabi, situada no município de Santa Isabel do Rio Negro, interior do Amazonas. O achado ganhou notoriedade após ser compartilhado nas redes sociais, levando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a iniciar um processo para investigar a situação.

Em entrevista ao portal Em Tempo, Sidnei da Silva, cacique da comunidade, relatou que o artefato histórico foi encontrado durante escavações para a instalação de uma tubulação de água. Ele destacou que não é a primeira vez que vestígios semelhantes são encontrados na região.

“Quando chove muito e ocorre enxurrada, as urnas costumam aparecer.Recentemente, enquanto cavávamos para colocar um banco atrás da igreja, encontramos um local vazio onde estava uma boca de lobo. Um dos meninos que estava ajudando disse ter encontrado um pote e ao retirar a mão viu que havia um pedaço de osso”, contou Sidnei.

Considerando essa descoberta algo comum na área, Sidnei conversou com Vanecildo Felizardo, técnico em telecomunicações. Após examinar o artefato encontrado, Vanecildo sugeriu que fossem feitos registros adequados e encaminhados às autoridades competentes.

“Eles não sabiam exatamente o que eram aqueles objetos encontrados em escavações anteriores. Expliquei-lhes sobre as urnas funerárias e a importância de estudá-las para entender quem foram os antepassados daquela região”, afirmou Vanecildo.

A urna funerária é definida como um recipiente cerâmico utilizado para armazenar restos humanos e era comum entre diversas culturas indígenas da Amazônia. Os sepultamentos podem ser classificados em primários — quando o corpo é enterrado logo após a morte — ou secundários — quando os restos são removidos após decomposição e reenterrados em urnas.

Nogueira Almeida, arqueólogo especializado na área cultural amazônica, ressaltou que esse tipo de sepultamento revela muito sobre as tradições dos povos originários da região antes do contato com europeus. “A Amazônia era densamente povoada antes desse contato; estima-se entre 8 à 10 milhões de nativos habitavam essas florestas”, explicou Almeida.

Após encontrar as urnas funerárias ou outros artefatos arqueológicos relevantes como este último caso em Santa Isabel do Rio Negro (AM),eles devem ser encaminhados à Reserva Técnica autorizada pelo Iphan para limpeza e catalogação adequada antes da exposição pública nos museus credenciados.

Vanecildo Felizardo elaborou um relatório detalhando suas descobertas e enviou-o ao Iphan/AM. A superintendência regional tomou conhecimento através das redes sociais sobre essa possível urna encontrada na Comunidade Massarabi e instaurou um processo técnico para acompanhar o caso junto à comunidade local conforme legislação vigente.

O Departamento de Arqueologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) desempenha papel basic nos estudos relacionados aos achados históricos na Amazônia. Um exemplo notável é a Urna Funerária da Fase Guarita resgatada durante obras no município Itacoatiara (AM), atualmente exposta no Laboratório de Arqueologia da UFAM.

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