Deputado propõe proibição de atendimento a bonecos hiper-realistas em Manaus
Manaus (AM) – Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta terça-feira (27), o deputado João Luiz, do partido Republicanos, levantou uma questão polêmica ao criticar a prática de criar vínculos afetivos com os chamados bebês reborn — bonecos que imitam bebês humanos de forma hiper-realista. O parlamentar apresentou um projeto de lei que visa proibir o atendimento desses bonecos em unidades públicas e privadas de saúde, incluindo aquelas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Em seu discurso, João Luiz ironizou casos divulgados nas redes sociais onde adultos solicitam benefícios sociais para os bonecos, como vagas em creches e até mesmo o pagamento do Bolsa Família.Ele expressou sua indignação ao afirmar: “É um absurdo! É tão absurdo que uma mãe de bebê reborn vai até uma missa para pedir ao padre para batizar o boneco. E quando ele se recusa, ela sai aborrecida.”
O deputado enfatizou que as prioridades devem ser voltadas para crianças reais que necessitam dos serviços públicos. “Estamos diante de uma inversão de prioridades.Não se pode aceitar que recursos públicos sejam mobilizados para atender fantasias”,declarou.
A proposta também prevê sanções aos profissionais da saúde que realizarem atendimentos simbólicos a esses bonecos e sugere acompanhamento psicossocial às pessoas com vínculos emocionais significativos com eles.
Debate sobre saúde mental e uso dos recursos públicos
A discussão sobre essa temática não se limita à Aleam; na Câmara Municipal de Manaus,o vereador Luiz Mitoso também abordou a questão recentemente,chamando as pessoas que adotam esses bonecos de “doentes” e afirmando que precisam receber ajuda.
Mitoso utilizou seu tempo no plenário para criticar essa prática sob a perspectiva dos princípios cristãos: “Família é o alvo; quando se destroça a família, destrói-se toda uma sociedade.”
Na Câmara dos Deputados, quatro projetos relacionados foram apresentados na semana passada.As propostas buscam limitar o uso desses objetos em serviços públicos e coibir abusos percebidos pelos autores das iniciativas.
Entre elas está o PL 2323/2025 da deputada rosangela Moro (UNIÃO/SP), focado no acolhimento psicossocial das pessoas com vínculos afetivos intensos por objetos representativos humanos dentro do SUS. Por outro lado, há também o PL 2326/2025 do Delegado Paulo Bilynskyj (PL/SP), propondo restrições severas quanto ao atendimento desses bonecos nas unidades públicas e privadas.
O tema gerou debates acalorados entre parlamentares e membros da sociedade civil sobre limites éticos no atendimento humanizado versus necessidades reais da população.
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