O governo dos Estados Unidos analisa a criação de uma lista de exceções tarifárias para produtos naturais que o país não produz. A medida pode representar um importante alívio para o agronegócio brasileiro, que lidera as exportações globais de itens como café, cacau e frutas tropicais.
Embora ainda elabore a lista, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, já cita publicamente produtos que devem ser contemplados, como o café e o cacau.
A proposta surge como alternativa para reduzir os impactos das tarifas impostas a dezenas de países, que geraram críticas internas e alertas sobre o aumento no custo de vida dos americanos.
Segundo executivos próximos ao tema, ainda não está claro se a lista será ampla ou restrita a acordos comerciais pontuais. Apesar disso, a sinalização da Casa Branca abre uma nova oportunidade para a diplomacia brasileira, que poderá atuar para incluir o país na lista e garantir vantagens competitivas ao setor agroexportador.
Se confirmada, a iniciativa poderá premiar o agronegócio nacional. O café, por exemplo, aparece como o principal beneficiado. Os Estados Unidos importam praticamente toda a demanda do produto, e o Brasil responde por cerca de 35% do volume consumido. Marcas populares, como o Starbucks, compram 22% dos grãos brasileiros. Com as tarifas atuais, o aumento de custos recai diretamente sobre as empresas e os consumidores.
Setor de frutas
Além do café, o setor de frutas também pode ganhar espaço. Um exemplo é a manga, cuja produção interna nos EUA é quase inexistente. O Brasil ocupa o posto de terceiro maior fornecedor da fruta para o mercado americano, responsável por cerca de 8% das importações. Nesse cenário, a retirada das tarifas pode ampliar a competitividade do produto brasileiro.
Outro item relevante é o cacau, que também não é produzido em grande escala nos Estados Unidos. O grão está entre os dez produtos mais exportados pelo agro brasileiro para o país. Entre 2020 e 2024, os EUA compraram, em média, 18% de todo o cacau exportado pelo Brasil, segundo dados do setor.
Com essa possível mudança, os Estados Unidos buscam proteger o próprio mercado consumidor e reduzir pressões internas causadas pelas tarifas. Por outro lado, o Brasil se posiciona como fornecedor estratégico de alimentos e matérias-primas naturais.
O momento é visto como favorável para intensificar o diálogo diplomático e buscar isenções que fortaleçam ainda mais o comércio bilateral.
Enquanto a Casa Branca define os critérios da lista, o agronegócio brasileiro acompanha de perto os desdobramentos. Uma eventual inclusão do Brasil poderá impulsionar as exportações, garantir estabilidade para cadeias produtivas e ampliar a presença de produtos nacionais no mercado norte-americano.
(*) As informações são da CNN
Leia mais:
Tarifaço dos EUA entra em vigor em uma semana e pode afetar consumidores e produtores
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱