O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, solicitou que a polícia Civil investigue um possível excesso por parte da Polícia Militar durante uma operação em fazenda Coutos, no subúrbio de Salvador, que resultou na morte de 12 suspeitos ligados a uma facção criminosa. O pedido foi feito em uma transmissão ao vivo na internet na noite de quarta-feira (5), quando o governador também comentou sobre o balanço do carnaval no estado.
Pedido de investigação sobre ação policial
Jerônimo Rodrigues destacou a importância de um estudo detalhado para apurar se houve exagero na atuação policial. Segundo ele, “o estudo está acontecendo para a gente poder averiguar se há algum exagero”. A operação que culminou nas 12 mortes ocorreu após denúncias sobre uma invasão realizada por um grupo armado ligado à organização criminosa naquela região.
Contexto da operação
De acordo com o governador, a comunidade local vinha sofrendo com violência e havia solicitado repetidas vezes a presença policial durante dois dias. A inteligência identificou através das câmeras uma disputa entre duas facções criminosas. Uma delas teria assumido o controle do território e proibido a circulação dos moradores. A Polícia Militar analisou rapidamente o cenário e tentou intervir, mas houve confronto direto com os criminosos, resultando nas 12 mortes.
Procedimentos investigativos do Ministério Público
Após os acontecimentos, o Ministério Público da Bahia instaurou um procedimento para apurar as ações da Polícia Militar durante essa intervenção. As investigações estão sob responsabilidade dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp).
Reuniões entre órgãos envolvidos
Na última reunião realizada pelo MP com as Secretarias estaduais responsáveis pela Segurança Pública e Justiça e Direitos Humanos, além dos comandos das polícias Militar e Civil, foram discutidos os próximos passos das investigações.Pedro Maia, procurador-geral do MP baiano, afirmou que há interlocução direta com as autoridades policiais para garantir transparência no levantamento das informações periciais e demais dados relevantes.
Reflexões sobre segurança pública após a chacina
O Instituto Fogo Cruzado ressaltou a necessidade urgente de repensar as políticas públicas voltadas à segurança no estado da Bahia diante desse episódio violento. Dados compilados pelo instituto indicam que esta foi a centésima chacina registrada em Salvador e Região Metropolitana desde julho de 2022 – sendo que 67% desses casos envolveram policiais como agentes diretos ou indiretos dos confrontos violentos.
Impacto social segundo especialistas
Tailane Muniz, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado na Bahia, enfatizou que os números evidenciam falhas graves nas estratégias atuais: “Quando 12 pessoas morrem numa ação policial fica claro que a prioridade é o confronto e não proteção”. Ela ainda destacou as consequências enfrentadas pelos moradores locais – mais de sete horas sob intenso tiroteio e suspensão do transporte público – questionando quais serão os resultados efetivos dessa violência desenfreada.
Conclusão
A situação em Fazenda Coutos evidencia desafios complexos relacionados à segurança pública na Bahia. É basic acompanhar rigorosamente as investigações para garantir justiça às vítimas sem abrir mão da proteção aos cidadãos comuns afetados pela criminalidade urbana.
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