A China, a União Europeia e a Argentina decidiram suspender as importações de carne de frango brasileira por um período inicial de 60 dias. Essa ação foi motivada pela confirmação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) sobre a detecção de um caso do vírus da influenza aviária altamente patogênica em uma granja no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
Embora o foco da contaminação seja regional, as restrições impostas pela China e pela União Europeia se aplicam a todo o Brasil devido às exigências dos acordos comerciais com esses países. A China é o maior importador da carne de frango brasileira, tendo adquirido 562,2 mil toneladas em 2024, representando cerca de 10,8% das exportações totais. Por sua vez, a União Europeia ocupa o sétimo lugar entre os destinos das exportações brasileiras com mais de 231,8 mil toneladas comercializadas no ano passado.
A argentina também tomou medidas preventivas ao suspender as importações dos produtos avícolas brasileiros até que se prove que o país está livre do vírus. O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) argentino anunciou que está implementando ações para aumentar a biossegurança nas granjas avícolas locais.
O Mapa reafirmou seu compromisso com a transparência e responsabilidade na qualidade dos produtos exportados pelo Brasil. A pasta destacou que seguirá rigorosamente os acordos sanitários existentes com seus parceiros comerciais.
Além disso, o ministério tem trabalhado para garantir que as negociações internacionais reconheçam o princípio da regionalização preconizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), limitando restrições às áreas próximas ao foco identificado. Países como Japão e Arábia Saudita já adotaram essa abordagem para minimizar impactos nas exportações brasileiras.O Brasil continua sendo o maior exportador mundial desse produto alimentício, tendo vendido 5,2 milhões de toneladas para diversos países em 2024. Mais da metade dessa produção é destinada ao mercado externo; estados como Paraná e Santa catarina são responsáveis por uma parte significativa dessas vendas.
É importante ressaltar que não há risco à saúde pública associado ao consumo seguro da carne ou ovos provenientes das aves inspecionadas pelo Mapa. O ministério garantiu à população brasileira que não há motivos para preocupação quanto à segurança alimentar relacionada à gripe aviária.
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