No Dia Mundial de Combate à Malária,celebrado nesta sexta-feira (25),a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) anunciou uma redução significativa de 12,6% nos casos da doença no estado. Os dados foram divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra.Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e comparam o primeiro trimestre de 2025 com o mesmo período do ano anterior.
Entre janeiro e março de 2024, foram registrados 14.340 novos casos da doença. Em contrapartida, em 2025, esse número caiu para 12.527. A FVS-RCP é responsável por coordenar as estratégias voltadas ao controle e eliminação da malária no Amazonas.
A secretária da SES-AM, Nayara Maksoud, destacou que os resultados positivos são fruto das ações conjuntas voltadas à prevenção e tratamento eficazes.“Implementamos medidas significativas como a introdução da Tafenoquina, que acelera o tempo necessário para tratar a doença. Além disso, houve um trabalho colaborativo entre a FVS-RCP e a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), focando na pesquisa científica e na articulação entre estados e municípios”, afirmou nayara Maksoud.
O tratamento contra a malária no Amazonas avançou consideravelmente com a introdução da Tafenoquina, um medicamento utilizado especificamente contra o Plasmodium vivax, que é a forma mais comum da doença na região amazônica. Este novo fármaco é administrado em dose única, substituindo assim a Primaquina tradicional que requer um regime prolongado de sete dias.
Essa abordagem simplificada facilita não apenas a adesão ao tratamento pelos pacientes mas também interrompe rapidamente o ciclo transmissor do parasita — especialmente em áreas remotas onde o acompanhamento contínuo pode ser desafiador.
“A FVS-RCP implementa uma série de estratégias baseadas em vigilância ativa e diagnóstico oportuno para garantir um tratamento supervisionado eficaz”, ressaltou Tatyana Amorim, diretora-presidente da FVS-RCP.
Elder Figueira, responsável pela Vigilância Ambiental na mesma fundação explicou que desde sua incorporação ao Brasil em 2023 até seu uso efetivo iniciado em março deste ano, o medicamento já faz parte das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), focando nos programas municipais destinados ao controle dessa enfermidade.
“Em regiões como o Amazonas — caracterizadas por desafios logísticos significativos devido à presença das comunidades ribeirinhas e indígenas — essa simplicidade representada pela dose única traz avanços estratégicos importantes”, completou Elder Figueira.
Atualmente, os tratamentos com Tafenoquina estão disponíveis nas cidades: Manaus; Barcelos; Santa Isabel do Rio Negro; São Gabriel da Cachoeira; Guajará; Atalaia do norte; Benjamin Constant; Tabatinga; São Paulo de Olivença; Santo Antônio do Içá; Tefé e Humaitá.
Além disso, as ações permanentes contra malária incluem fortalecer redes para diagnósticos rápidos além da distribuição gratuita dos mosquiteiros impregnados com inseticida — tudo isso acompanhado pelo monitoramento georreferenciado dos casos registrados na região amazônica.
Com apoio das prefeituras locais e lideranças comunitárias envolvidas nas iniciativas educativas sobre saúde pública voltadas à prevenção dessa enfermidade letal , as atividades seguem as diretrizes estabelecidas pelo Plano Estadual para Eliminação da Malária entre os anos 2023–2035 — cuja meta ambiciosa visa erradicar completamente essa patologia até 2035.
Essas iniciativas contam ainda com colaborações valiosas provenientes tanto Ministério Da Saúde quanto Organização Pan-Americana Da Saúde (OPAS), unindo esforços essenciais nas áreas vigilância sanitária assistência médica controle vetorial .
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