sexta-feira, setembro 19, 2025
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Adolescente de 16 anos falece devido a apendicite não diagnosticada a tempo

Em Canoas (RS), a jovem Livia Goulart Belmiro, de 16 anos, enfrentou fortes dores abdominais e nos rins e buscou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por oito vezes. Apesar de ter recebido mais de dez medicamentos diferentes, nenhum diagnóstico correto foi feito durante esses atendimentos. A família denuncia negligência médica, pois os exames indicaram infecção urinária, o que atrasou o diagnóstico da apendicite. Após agravamento dos sintomas, Livia foi transferida para um hospital onde a inflamação no apêndice foi confirmada por tomografia. Ela passou por cirurgia emergencial, mas desenvolveu infecção generalizada e não resistiu. A prefeitura local abriu uma sindicância para investigar o caso.

Diagnóstico incorreto e consequências graves

Livia apresentou sintomas persistentes que foram inicialmente atribuídos a uma infecção urinária pelos laudos clínicos apresentados à família. Segundo relatos da mãe da jovem, essa interpretação equivocada impediu que o tratamento adequado fosse iniciado em tempo hábil.

“Ficaram mascarando a dor da minha filha. Se tivessem feito o exame correto nela, teríamos conseguido o tratamento a tempo e ela ainda estaria conosco”, afirmou emocionada.

Somente após piora significativa do quadro clínico é que Livia foi encaminhada para um hospital onde exames mais detalhados identificaram a apendicite com ruptura do apêndice há cerca de três semanas.

Riscos do diagnóstico tardio da apendicite

A apendicite é caracterizada pela inflamação do apêndice localizado na parte inferior direita do abdômen. Conforme estudo publicado pela Faculdade de Santa Maria (RS), as complicações decorrentes do atraso no diagnóstico incluem:

  • Septicemia
  • Abscessos
  • Infecções subcutâneas, atingindo camadas abaixo da pele e podendo afetar órgãos internos
  • Obstrução intestinal

O texto ressalta que o reconhecimento precoce dos sintomas é essential para evitar procedimentos cirúrgicos desnecessários ou tratamentos tardios em casos urgentes.

Quando não tratada adequadamente, a inflamação pode levar ao rompimento do apêndice com liberação de fezes ou pus na cavidade abdominal – situação grave que pode evoluir para infecção generalizada.

Ainda segundo esse estudo, a apendicite é uma das causas mais comuns de dor abdominal súbita em jovens entre 10 e 30 anos sem relação com traumas físicos.

Sinais clínicos importantes para identificação

Os principais sinais indicativos da doença são:

  • Dor abdominal difusa iniciando entre 12 e 24 horas após os primeiros sintomas
  • febre associada à dor
  • Persistência ou aumento desses sintomas após uma semana ou mais
  • Protuberância palpável na região inferior direita do abdômen detectada pelo exame físico

Para confirmar o diagnóstico são utilizados exames como hemograma completo, análise rotineira da urina, ultrassonografia abdominal e tomografia computadorizada.

Conclusão

O caso trágico ocorrido em Canoas evidencia os riscos associados ao atraso no diagnóstico da apendicite aguda. O acompanhamento atento dos sinais clínicos aliados à realização correta dos exames são essenciais para garantir tratamento eficaz e evitar complicações fatais como as enfrentadas por livia Goulart Belmiro.A prefeitura local já iniciou investigação sobre possíveis falhas no atendimento prestado à jovem enquanto sua família busca respostas diante dessa perda irreparável.

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