O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) realizou, na última segunda-feira (16), uma demonstração que chamou a atenção para os riscos do consumo de álcool antes de dirigir. Por meio de testes com bafômetro após o consumo de panetone, o órgão mostrou que é possível detectar álcool na boca mesmo sem ingestão direta da bebida alcoólica. A ação teve caráter educativo e buscou alertar a população sobre os perigos da combinação entre álcool e direção, especialmente diante dos 18 óbitos registrados no estado relacionados a detran-am-registra-120-motociclistas-sem-capacete-e-51-motoristas-alcoolizados-durante-feriado-em-manaus/” title=”…AM registra 120 motociclistas sem capacete e 51 motoristas alcoolizados durante feriado em Manaus”>motoristas alcoolizados.
Testes com bafômetro e o efeito do panetone
O Detran-GO aplicou testes semelhantes aos realizados anteriormente com pão, comprovando que o açúcar presente no panetone pode gerar álcool na boca. Esse fenômeno resulta em um teste positivo no bafômetro, embora esse álcool seja apenas bucal e não atinja os pulmões. Apesar disso, o resultado pode acarretar penalidades como suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), multas e até prisão.
Waldir Soares de Oliveira, presidente do Detran-GO, reforça que “a demonstração foi feita para mostrar ao cidadão os perigos da combinação entre álcool e direção”. O objetivo principal é conscientizar tanto motoristas quanto agentes fiscalizadores sobre a importância da segurança no trânsito.
Por que há presença de álcool em alimentos como pão e panetone?
A produção desses alimentos envolve fermentação natural onde ocorre a formação do álcool etílico.Normalmente esse componente evapora durante o processo assado no forno. No entanto, análises indicam níveis residuais devido à adição industrial de conservantes para evitar mofo e preservar a qualidade dos produtos.Henrique Lian, diretor-executivo da Proteste, destaca que “embora a legislação brasileira permita certos aditivos nos alimentos, é necessário revisar normas para garantir que o etanol residual não prejudique os consumidores”. A Proteste encaminhou um ofício ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitando regulamentações mais rigorosas.
Sugestões para fiscalização futura
Entre as recomendações está estabelecer um percentual máximo permitido para teor alcoólico nos alimentos – por exemplo 0,5% – além do monitoramento constante dos conservantes usados contra mofo. Essas medidas visam proteger consumidores evitando resultados inesperados em testes como o bafômetro.
A iniciativa educativa do Detran-GO reforça uma mensagem importante: mesmo produtos aparentemente inofensivos podem interferir em exames oficiais quando se trata do consumo responsável antes ou durante a condução veicular. Fica claro também que legislações específicas precisam ser atualizadas para acompanhar essas situações atípicas sem prejudicar cidadãos conscientes.
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