Os países do Brics defenderam a renegociação das dívidas de economias de renda baixa e média por meio de um mecanismo proposto pelo G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana. A recomendação está presente na Declaração de Líderes do Brics, assinada no domingo (6), durante a 17ª Cúpula realizada no rio de Janeiro. O documento enfatiza a necessidade de um tratamento abrangente para o endividamento internacional, especialmente para os países mais vulneráveis afetados por choques econômicos recentes.
Renegociação da dívida e Marco Comum do G20
O texto destaca que as altas taxas de juros e as condições restritivas para obtenção de crédito internacional agravam as dificuldades enfrentadas por muitas nações. Por isso, o Brics defende uma abordagem “holística” para enfrentar o endividamento externo, respeitando as legislações internas dos países envolvidos e promovendo responsabilidade fiscal.
Implementação do Marco Comum
O grupo solicitou a aplicação do Marco Comum do G20 para tratamento da Dívida, aprovado na reunião anterior desse fórum. Esse mecanismo prevê negociações bilaterais entre governos,credores privados e bancos multilaterais como Banco Mundial,Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Novo Banco de Desenvolvimento (Banco dos Brics). Segundo o documento, essa iniciativa deve ser conduzida com previsibilidade, coordenação e justiça na repartição dos encargos entre os credores oficiais bilaterais, privados e instituições multilaterais.
Mecanismo multilateral de garantias
Outro ponto importante abordado foi o início das discussões sobre uma iniciativa chamada Garantias Multilaterais (GMB). Essa proposta visa criar um sistema coletivo entre os países membros para reunir ativos capazes de cobrir possíveis inadimplências em empréstimos externos. caso implementado, esse mecanismo poderá reduzir os juros cobrados em financiamentos internacionais.
Detalhes sobre a Garantia Multilateral
A declaração ressalta que a GMB pretende oferecer garantias personalizadas que diminuam riscos em investimentos estratégicos e aumentem a credibilidade tanto dentro dos Brics quanto no Sul Global. A ideia é incubar essa iniciativa piloto dentro do Novo Banco de Desenvolvimento sem necessidade imediata de aportes adicionais pelos membros.O desenvolvimento dessa fase inicial está previsto ao longo deste ano com relatório previsto para a próxima cúpula em 2026.
Além disso, ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais já haviam sinalizado anteriormente mecanismos semelhantes voltados ao financiamento climático e à infraestrutura.
Outros mecanismos financeiros acordados
No documento final também foram mencionadas medidas como a revisão do Acordo de reservas Contingentes (ARC) visando incluir novas moedas nesse instrumento criado em 2014 para ajudar mutuamente países com dificuldades no balanço externo – especialmente aqueles classificados como renda média ou baixa.
Sobre o bloco Brics
O Brics é formado por 11 membros permanentes: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita Egito etiópia Emirados Árabes Unidos Indonésia; além disso conta com parceiros como Belarus Bolívia Cazaquistão Tailândia Cuba Uganda Malásia Nigéria Vietnã Uzbequistão. Sob presidência brasileira neste ano,a cúpula ocorre nos dias 6e7de julho no Rio.de acordo com dados apresentados,no conjunto esses países representam cerca dede39%da economia mundial48 ,5%da população globale23%do comércio internacional.Em2024,o Brasil exportou36%doseus produtospara integrantesdo bloco,enquanto importações vindas deles somaram34%.Acompanhe as atualizações da matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!