Alguns funcionários da empresa R7 Facilities, que presta serviços a ministérios e órgãos públicos, foram demitidos na última semana após protestos contra salários atrasados. Segundo o site Metrópoles, pelo menos oito colaboradores foram convidados a assinar cartas de demissão. A situação gerou repercussão entre trabalhadores e entidades ligadas aos direitos humanos.
Demissões inesperadas e insatisfação dos funcionários
Uma ex-funcionária relatou surpresa ao ser chamada para assinar sua demissão no dia 15. Ela conta que recebeu uma mensagem durante o almoço para se dirigir à recepção, onde foi entregue um documento para assinatura sem explicações claras sobre os motivos do desligamento. “Quando perguntei qual era a motivação, disseram que era do meu interesse”, afirmou a mulher, cuja identidade será preservada.
Inicialmente resistente, ela só assinou após ser informada de que a demissão seria efetivada mesmo sem sua concordância formal.Desde então está afastada da empresa e não recebeu informações sobre valores referentes à rescisão ou benefícios como seguro-desemprego. “Já tem outra pessoa no meu lugar”, acrescenta.
Motivações políticas nas demissões
A colaboradora acredita que as dispensas tiveram caráter político por conta das cobranças feitas em relação aos atrasos salariais durante os 18 meses em que trabalhou na R7 Facilities. Ela destaca ter sido incisiva ao exigir pagamentos pontuais e responsabilidade contratual da empresa.
“os funcionários considerados ‘problemáticos’ foram escolhidos para serem demitidos por cobrar seus direitos”, explica. Apesar de nunca ter recebido advertências formais ou verbais, ela considera justa sua saída diante das condições oferecidas pela companhia: “prefiro não manter vínculo com uma empresa que não cumpre suas obrigações”.
Durante seu período na empresa houve quatro ocasiões de atraso salarial; em janeiro deste ano o pagamento só foi efetuado no dia 15, embora o combinado seja até o quinto dia útil.Protesto dos trabalhadores e reação das entidades
no dia 13 de janeiro, funcionários realizaram um protesto em frente ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDH) devido ao atraso nos salários daquele mês.Na ocasião também houve reunião com a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) e representantes sindicais da CUT Nacional,Sindiserviços-DF e Sindsep-DF.Após as demissões terem sido divulgadas, o Conselho Nacional dos Direitos humanos (CNDH) publicou nota repudiando as dispensas ocorridas logo após esses encontros com lideranças sindicais. O órgão classificou as ações como retaliação contra os trabalhadores terceirizados da R7 Facilities – agravando ainda mais a situação da prestadora vinculada ao MDHC.O conselho solicitou apuração rigorosa do caso pelo Ministério dos Direitos humanos e recomendou revisão do contrato com a empresa caso sejam confirmadas irregularidades nas rescisões contratuais: “É fundamental garantir integralmente todos os direitos trabalhistas”.
Posicionamento oficial da R7 Facilities
Em resposta às acusações divulgadas nas redes sociais, a R7 Facilities negou haver desligamentos em massa entre seus colaboradores. A nota reforça compromisso contínuo com seus empregados, clientes e fornecedores.
A companhia destacou ainda seu endereço fixo no SIA Trecho 17 – Rua 14 – Prédio 170 -, onde funciona regularmente dentro do horário comercial há cinco anos: “Todos são bem-vindos para conhecer nossas instalações”.
Conclusão
As recentes demissões na R7 Facilities evidenciam tensões relacionadas à gestão trabalhista diante de atrasos salariais recorrentes denunciados pelos próprios funcionários. O episódio mobilizou sindicatos e órgãos públicos preocupados com possíveis práticas retaliatórias contra quem reivindica direitos básicos no ambiente profissional.
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