Poliana Ferraz, assistente social e sexóloga de 35 anos, sofreu graves sequelas físicas e psicológicas após um procedimento estético realizado em uma clínica de Taguatinga Sul, em 2022. O tratamento para redução da papada resultou na necrose parcial do seu nariz devido ao uso não informado de polimetilmetacrilato (PMMA), substância perigosa comumente usada como preenchedor. Três anos depois, Poliana ainda busca justiça para si e outras vítimas desse tipo de procedimento.
Procedimento Estético e Complicações
Poliana decidiu realizar o tratamento motivada por uma influenciadora digital que acompanhava nas redes sociais. Inicialmente incomodada apenas com a papada, ela pagou R$ 1,9 mil pela lipoaspiração na região abaixo do queixo. Na clínica, a profissional responsável pelo atendimento – que se apresenta como enfermeira esteta nas mídias sociais – ofereceu outros procedimentos com descontos atrativos.
Oferta e Autorização para Uso do PMMA
Apesar da recusa inicial em fazer mais tratamentos além da lipoaspiração, Poliana aceitou um preenchimento facial na área conhecida como “bigode chinês” por metade do preço original (R$ 350). A enfermeira afirmou que o valor restante seria compensado pela divulgação no Instagram. No entanto, sem o conhecimento da paciente, foi aplicado PMMA no lugar do ácido hialurônico informado inicialmente.
Consequências Imediatas
No mesmo dia após sair da clínica, Poliana sentiu dores intensas e percebeu que parte do nariz estava roxa e necrosando. Com complicações progressivas – ferida sem cicatrização adequada e problemas respiratórios – ela precisou passar por enxertos cirúrgicos. Atualmente enfrenta a necessidade de três cirurgias complexas para tentar reverter os danos causados.
Processo Judicial em Andamento
A advogada Heinny Cardoso representa Poliana no processo judicial que corre sob sigilo. Após condenação inicial à indenização de R$ 20 mil por danos materiais à vítima, a acusada entrou com recurso alegando inexistência dos débitos cobrados.
Defesa da Acusada
Por meio da advogada Monique Bianchi, a enfermeira esteta afirma que todos os procedimentos estéticos apresentam riscos mesmo quando realizados corretamente com materiais autorizados em ambiente adequado. A defesa também acusa Poliana de omitir informações importantes durante a anamnese médica – especificamente sobre um peeling prévio considerado minimamente invasivo – o que poderia ter evitado a necrose nasal.Além disso,sustentam que houve autorização expressa para uso do PMMA pela paciente e destacam auxílio financeiro prestado à vítima desde então: custeio de remédios caros (como câmara hiperbárica),consultas médicas especializadas e até despesas pessoais como celular e geladeira foram pagos pela acusada até recomendação médica indicar cessar os pagamentos devido à suposta recuperação total das lesões.
Conflitos Pessoais Entre as Partes
Segundo Monique Bianchi, Poliana teria feito ameaças contra sua própria vida além de chantagens emocionais registradas oficialmente em boletins policiais. A defesa critica ainda as exposições feitas nas redes sociais onde a assistente social se apresenta como vítima enganada por uma falsa médica sem reconhecer o auxílio recebido ou informar sobre o material aplicado nela.
Impacto Social: Busca Por Justiça Para Outras Vítimas
O caso evidencia riscos associados ao uso inadequado ou não autorizado do PMMA em procedimentos estéticos populares atualmente no Brasil. Além das sequelas físicas irreversíveis sofridas por Poliana Ferraz está também o impacto psicológico decorrente das complicações inesperadas provocadas pelo procedimento mal conduzido.A luta judicial travada visa não só reparação pessoal mas também alertar outras pessoas sobre os perigos envolvidos nesse tipo específico de preenchimento facial irregularmente aplicado fora dos padrões médicos recomendados pelas autoridades sanitárias brasileiras.
Conclusão
Casos como este reforçam a importância da escolha criteriosa dos profissionais responsáveis pelos procedimentos estéticos bem como transparência total quanto aos produtos utilizados durante tratamentos invasivos ou minimamente invasivos na área estética facial ou corporal.
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