sábado, setembro 27, 2025
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MPT inicia investigação sobre incêndio em confecção no Rio de Janeiro

O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu um inquérito civil para apurar as condições de trabalho na Maximus Confecções, fábrica atingida por um incêndio no bairro de Ramos, zona norte do Rio de Janeiro, na quarta-feira (12). A empresa produzia fantasias para escolas de samba do carnaval carioca. O Corpo de Bombeiros socorreu 21 pessoas, das quais 11 foram internadas em estado grave. Não houve vítimas fatais. A confecção funcionava sem autorização dos bombeiros e teve o local interditado pela Defesa Civil enquanto a Polícia Civil investiga as causas do incêndio.

Investigação e denúncias sobre condições precárias

O MPT informou que relatos da imprensa indicam a presença de adolescentes entre os trabalhadores e sinais claros de trabalho degradante na Maximus Confecções. Segundo o procurador responsável pelo caso, Artur de Azambuja Rodrigues, os fatos denunciados configuram possível lesão a interesses coletivos dos trabalhadores devido ao incêndio grave que deixou 21 feridos.

Documentos exigidos à empresa

A Maximus Ramo Confecções de Vestuário ltda será notificada para prestar esclarecimentos e deverá apresentar documentos como atos constitutivos ou estatuto social; Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR); Alvará do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI); além da Ficha com Informações sobre Segurança dos Produtos Químicos utilizados (FISPQ). Também terá que fornecer uma relação detalhada dos empregados e informar as medidas adotadas para assistência às vítimas.

Rotina exaustiva denunciada por funcionários e vizinhos

Funcionários relataram turnos prolongados na fábrica, chegando a dormir no local durante o período intenso da produção das fantasias carnavalescas. Raiane, uma trabalhadora que conseguiu sair antes do incêndio, confirmou que parte da equipe passou a noite trabalhando: “A gente estava dormindo porque estávamos fazendo fantasia para carnaval e fomos dormir tarde”.

Produção contínua segundo moradores

Marilúcia Blackman, moradora próxima à confecção que precisou deixar sua casa às pressas após o fogo, afirmou ter observado atividade quase ininterrupta: “Vejo da minha janela eles trabalhando 24 horas por dia – meia-noite, 1h da manhã até 5h – sempre ali”. Essas declarações reforçam indícios das condições precárias enfrentadas pelos trabalhadores.

Envolvimento das escolas de samba no caso

As escolas Império serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu concentravam a produção das fantasias na Maximus confecções. Todas pertencem à Série Ouro do carnaval carioca.O prefeito Eduardo paes comunicou ter conversado com a Liga-RJ – entidade representante dessas agremiações – decidindo que não haverá rebaixamento neste ano devido ao ocorrido.

Cobranças previstas pelo MPT às escolas

O inquérito também direcionará cobranças às três escolas quanto às medidas adotadas para apoiar os trabalhadores afetados pelo incêndio. Elas deverão comprovar assistência prestada aos feridos além dos contratos firmados com a empresa Maximus e apresentar documentos exigidos nas contratações.

Durante visita ao local sinistrado, Flávio frança presidente da Império Serrano declarou: “Alugamos o espaço; existe uma empresa responsável pela confecção das fantasias; contratamos profissionais especializados. no momento estamos focados na saúde dos envolvidos”.

Críticas sobre exploração laboral no carnaval carioca

Fábio Fabato jornalista especialista em carnaval criticou duramente as condições enfrentadas pelos trabalhadores envolvidos nos preparativos: “Embora o carnaval seja chamado Maior Espetáculo da Terra suas engrenagens ainda são amadoras”. Ele destacou casos análogos à escravidão especialmente nas fases finais antes dos desfiles.

fabato ressaltou ainda que segurança social plena e registro formal continuam sendo sonhos distantes em ambientes onde prevalecem situações insalubres ou irregulares.

A Agência Brasil tentou contato com a Maximus pelas redes sociais disponibilizadas mas não obteve resposta até o momento ficando aberta eventual manifestação futura por parte da empresa.

Conclusão

O caso expõe graves falhas nas condições laborais dentro do setor produtivo ligado ao maior evento cultural carioca evidenciando necessidade urgente fiscalização rigorosa tanto pelas autoridades quanto pelas próprias instituições envolvidas como as escolas responsáveis pela contratação desses serviços terceirizados.

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