O presidente Luiz Inácio Lula da silva (PT) fez um discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (23). Durante sua fala, ele reforçou a defesa da soberania brasileira, criticou as sanções arbitrárias impostas pelos Estados Unidos e condenou a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. Lula destacou que o Brasil manterá sua independência e democracia sem aceitar qualquer tipo de controle externo.
Defesa da soberania e críticas às sanções dos EUA
Lula afirmou que o Brasil deixou claro para autocratas e seus apoiadores que a democracia e a soberania nacional não são negociáveis.Ele ressaltou que o país seguirá independente, livre de interferências externas. O presidente também criticou os chamados “falsos patriotas” que agem contra os interesses do Brasil, mencionando diretamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo.
O discurso ocorreu um dia após os Estados unidos anunciarem novas sanções contra autoridades brasileiras ligadas à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre as medidas estão a sanção à esposa do ministro Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes, além da suspensão do visto do advogado-geral da União Jorge Messias.
Essa é a primeira visita oficial de Lula aos EUA desde as tarifas aplicadas pelo governo Trump ao Brasil. Apesar das expectativas sobre um possível encontro entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral - evento tradicionalmente iniciado pelo discurso brasileiro seguido pelo americano – não há sinais concretos de diálogo entre eles. em entrevista recente, Lula declarou estar aberto à negociação direta com Trump e disposto até mesmo a cumprimentá-lo caso se encontrem.
Condenação à ofensiva em Gaza
Além das questões internas brasileiras, Lula manifestou forte repúdio à ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza. Segundo ele, ”nada justifica o genocídio em Gaza”, posicionamento alinhado com apelos internacionais por cessar-fogo imediato no conflito.
A abertura oficial contou ainda com uma fala do secretário-geral da ONU António Guterres, que enfatizou a importância do multilateralismo para garantir paz mundial – definida como “primeira obrigação” dos países membros.
Agenda oficial na ONU
Lula chegou aos estados unidos no domingo (21) para participar até quarta-feira (24/9) das atividades relacionadas à Assembleia Geral. Sua agenda inclui reuniões sobre temas como democracia,combate ao extremismo político,meio ambiente e resolução pacífica dos conflitos no Oriente Médio.
A primeira-dama Janja Lula da Silva está nos EUA desde quarta-feira passada atuando como enviada especial para COP30 e acompanhará parte dessa programação ambiental.
Polêmica envolvendo vistos
Nos dias anteriores à viagem presidencial houve dificuldades relacionadas à emissão dos vistos americanos para autoridades brasileiras. O ministro Alexandre Padilha (Saúde), por exemplo, recebeu visto com restrições severas quanto ao deslocamento dentro dos EUA - limitado apenas entre hotel, sede da ONU e representações diplomáticas próximas – levando-o a desistir das reuniões importantes previstas na agenda oficial brasileira.
Outros ministros também enfrentaram atrasos ou limitações nos vistos concedidos pelos EUA; casos notórios foram os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Alexandre Padilha (saúde). Recentemente houve ainda revogação dos vistos ligados ao programa Mais Médicos afetando familiares dessas autoridades.
Compromissos bilaterais relevantes
Na segunda-feira anterior ao discurso principal (22),Lula participou da Conferência Internacional pela Resolução Pacífica da Questão Palestina. No dia 24 liderará uma reunião conjunta com os presidentes do Chile e Espanha focada em defesa democrática contra extremismos políticos crescentes globalmente.
Além disso terá compromissos relacionados às mudanças climáticas preparando-se para COP30: participação na Cúpula das NDCs voltada às metas globais para redução das emissões gases estufa; eventos sobre adaptação climática; lançamento do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre visando preservação ambiental sustentável no Amazonas brasileiro.
Entre encontros bilaterais confirmados está reunião prevista nesta terça-feira com António Guterres reforçando cooperação internacional nas pautas prioritárias discutidas durante esta edição anual importante nas Nações Unidas.
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