quinta-feira, setembro 18, 2025
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Desmatamento na Amazônia recua 16,8% em 2024, mas ainda é alarmante

Cinco dos seis biomas brasileiros apresentaram redução no desmatamento em 2024, conforme dados divulgados pelo Mapbiomas durante a apresentação do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD), realizada em 14 de junho. A única exceção foi a Mata Atlântica, que manteve-se praticamente estável em relação ao ano anterior. O levantamento aponta ainda que o Cerrado segue como o bioma com maior área desmatada pelo segundo ano consecutivo.

Redução do desmatamento nos biomas brasileiros

O relatório mostra que o Pantanal e o Pampa foram os biomas com as maiores quedas nas áreas desmatadas, registrando reduções de 58,6% e 42,1%, respectivamente. Em seguida aparecem o cerrado, com diminuição de 41,2%, a Amazônia, com queda de 16,8%, e a Caatinga, que teve redução de 13,4%. Já a mata Atlântica apresentou um crescimento discreto de 2%.

Dados gerais sobre as áreas afetadas

No total, foram desmatados mais de 1.242.000 hectares no país durante o ano passado – uma queda de aproximadamente 32% na comparação com 2023.Foram registrados quase 61 mil alertas relacionados ao desmatamento em todo território nacional, representando uma redução próxima a 27%. A média diária da área perdida foi cerca de 3.400 hectares,enquanto por hora essa média ficou em aproximadamente 142 hectares.

O dia mais crítico para perda da vegetação nativa ocorreu em junho: no dia 21 foram destruídos mais de três mil hectares apenas naquele período.

Fatores que influenciaram os resultados

Segundo Tasso Azevedo, coordenador geral do Mapbiomas, três fatores principais explicam essa melhora:

  • implementação recente dos planos estaduais para combate ao desmatamento;
  • Maior atuação dos estados nas ações fiscais e embargos realizados pelo Ibama;
  • Uso crescente das informações sobre áreas protegidas para concessão ou restrição do crédito rural.

Apesar dessas medidas positivas refletirem na maioria dos biomas brasileiros – especialmente na Amazônia e Pantanal – eventos climáticos extremos impactaram diretamente a Mata Atlântica. esses fenômenos causaram perdas significativas da vegetação nativa naquela região e impediram uma queda efetiva no índice anual.

Destaques regionais e participação estadual

A região conhecida como Amacro (que engloba Amazonas, Acre e Rondônia) apresentou queda contínua no volume total do desmate: houve redução aproximada de 13% nos alertas registrados entre os dois últimos anos analisados.

Por outro lado está o Matopiba – formado pelos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – responsável por cerca de 42% da perda total da vegetação nativa brasileira em 2024. Nessa região concentra-se também grande parte do impacto sofrido pelo Cerrado: cerca de três quartos das perdas desse bioma ocorreram ali.

Entre os estados com maior contribuição para o problema estão Maranhão (17,6%), Pará (12,6%) e Tocantins (12%). Goiás Paraná e Espírito Santo destacaram-se pela expressiva diminuição superior a 60% na área degradada entre um ano e outro; já Rio Grande do Sul ,Rio Janeiroe Acre tiveram aumento nos índices negativos registrados.

Impactos locais específicos

No Rio Grande do Sul , todos os casos ligados aos eventos climáticos extremos ocorreram dentro da Mata Atlântica . Entre abril maio , esses fenômenos provocaram destruição equivalente à quase três mil hectares .Mais da metade dos municípios brasileiros tiveram algum registro validado relacionado ao corte irregular ou supressão vegetal. os maiores aumentos proporcionais aconteceram principalmente no Piauí .

Terras indígenas , unidades protegidas  e autorizações ambientais

as terras indígenas apresentaram recuo significativo (-24%) na perda vegetal causada por atividades ilegais ou autorizadas; contudo algumas reservas específicas sofreram aumento expressivo – caso emblemático é Terra Indígena Porquinhos dos Canela-Apãnjekra , onde houve crescimento superior a cem por cento comparando-se aos dados anteriores .

Nas Unidades Conservação houve também forte retração (-42%), sendo destaque negativo Área Proteção Ambiental Triunfo Xingu localizada dentro Amazônia Legal .

Quanto às autorizações oficiais concedidas para supressão vegetal , elas corresponderam à quase metade das áreas devastadas .O Cerrado liderou esse tipo liberação ambiental – dois terços das remoções ocorrerem mediante autorização formal -, enquanto na Amazônia esse percentual ficou abaixo quinze por cento.

Marcondes Coelho , pesquisador colaborador Mapbiomas Instituto Centro Vida destaca dificuldades enfrentadas especialmente estado Maranhão quanto transparência dados fiscalização ambiental : “Informações restritas dificultaram análise completa”, afirmou ele.

Histórico recente e vetores predominantes

Desde início série histórica RAD iniciada há seis anos atrás até hoje Brasil perdeu quase dez milhões hectares vegetação nativa ; desses aproximadamente dois terços concentrados exclusivamente dentro limites Amazônia Legal . Pressões ligadas à agropecuária são responsáveis pela esmagadora maioria (>97%) dessas perdas recentes.


Os números apresentados reforçam avanços importantes contra avanço desenfreado destruição ambiental mas indicam necessidade urgente manter esforços integrados entre governos federal estadual sociedade civil organizada visando consolidar resultados positivos sobretudo regiões críticas como Matopiba Cerrado Mato Grosso Amazonas .

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