Senadores e deputados do Amazonas manifestaram críticas à operação da Polícia Federal (PF) realizada no dia 15 de maio nos municípios de Humaitá e Manicoré. A ação, que resultou na destruição de 71 dragas usadas para garimpo ilegal no Rio Madeira, foi considerada desproporcional pelos parlamentares, que destacaram os impactos negativos para as famílias ribeirinhas que dependem do extrativismo mineral. A operação ocorreu durante as celebrações do Dia de Nossa Senhora das Dores, padroeira de Manicoré.
Críticas dos senadores à operação da Polícia Federal
O senador Omar Aziz (PSD-AM), em sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado, classificou a ação como uma “pirotecnia” desproporcional que prejudicou principalmente pequenos extrativistas e famílias humildes da região. Ele questionou a PF sobre os objetivos reais da operação, ressaltando que não houve prisões apesar das alegações relacionadas ao narcotráfico.Omar afirmou: “Não prenderam absolutamente ninguém; só destruíram, poluíram e prejudicaram pessoas que moram nessas embarcações por falta de moradia.”
Por sua vez, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) reconheceu a necessidade do combate ao garimpo ilegal, mas condenou atitudes sem responsabilidade social ou humanitária. Para ele, é basic buscar soluções sustentáveis e justas para os trabalhadores locais.
Já o senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou a operação afirmando que ela serviu mais como uma vitrine política para o governo federal na COP 30 do que um combate efetivo ao narcotráfico. Ele destacou o impacto direto sobre as famílias ribeirinhas:
“Essas famílias vivem do extrativismo mineral há décadas e não clandestinamente. O ataque foi direto à sobrevivência delas.”
Posicionamento dos deputados estaduais sobre legalização e riscos
Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), defendeu a discussão sobre formas legais para o garimpo no estado. Segundo ele:
“Não sou contra o combate ao garimpo ilegal; sou favorável à legalização para gerar oportunidades legítimas aos amazonenses.” Cidade alertou ainda para os perigos das ações truculentas adotadas pela PF:
“Esse protocolo de chegar explodindo pode resultar em tragédias.”
O deputado Rozenha (PMB) também criticou duramente a operação por colocar em risco moradores locais com helicópteros sobrevoando intensamente durante a ação:
“Parecia Vietnã ou Armagedom; essa foi uma das ações mais truculentas e desumanas dos últimos anos na região.”
Adjuto Afonso (UB) qualificou como brutalidade a forma como foram destruídas as dragas enquanto outras embarcações navegavam próximas:
“Essa Casa precisa repudiar essa ação absurda no Rio Madeira.”
Necessidade de debate público e repúdio às ações truculentas
Para Comandante Dan (Pode), é urgente promover debates visando políticas públicas adequadas às populações afetadas nos municípios atingidos pela operação.
A deputada Débora Menezes (PL) expressou indignação com o modo agressivo empregado pela PF em humaitá:
“Sabemos da importância em combater o garimpo ilegal, mas nada justifica tamanha truculência; existem outras formas possíveis.”
Conclusão
As críticas unânimes dos parlamentares evidenciam um consenso quanto à necessidade urgente de repensar estratégias contra o garimpo ilegal no Amazonas – priorizando abordagens socialmente responsáveis sem comprometer vidas nem meios legítimos de subsistência.
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