Uma pesquisa realizada no Amazonas, com apoio da Fapeam e do CNPq, identificou a diversidade de moscas amazônicas presentes em coleções científicas do brasil e do Peru. O estudo, desenvolvido no âmbito do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil (Chamada nº 003/2022), resultou na descrição de cerca de 50 espécies novas e promoveu ações para popularizar a ciência em Manaus.
Pesquisa sobre a fauna amazônica de moscas
O trabalho intitulado “Guardado, mas desconhecido: um estudo sobre a fauna amazônica de Diptera (Insecta) armazenada em coleções científicas” focou na análise das famílias Anthomyzidae, Chloropidae, Clusiidae, Dolichopodidae, hybotidae, Periscelididae, Richardiidae, Ropalomeridae e Scenopinidae.A equipe teve acesso às coleções científicas dos dois países envolvidos para acelerar o processo de identificação e descrição das espécies. Além disso, o estudo destacou as variações morfológicas encontradas nas moscas da região amazônica.
Coordenação e formação da equipe
O projeto foi liderado pela doutora em Ciências Biológicas Rosaly Ale-Rocha. Participaram também a pós-doutoranda Luana Machado Barros e estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação vinculados ao Laboratório de Sistemática de Diptera. Rosaly ressalta que é fundamental desmistificar a visão negativa que muitas pessoas têm sobre as moscas – insetos frequentemente associados apenas a aspectos prejudiciais aos seres humanos.
Além disso, o estudo contribuiu significativamente para a formação acadêmica local ao envolver pesquisadores experientes e alunos em atividades práticas realizadas tanto em campo quanto nos laboratórios do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Novas espécies descritas e publicações futuras
De acordo com os dados levantados durante o projeto, aproximadamente 50 novas espécies foram identificadas. A pesquisadora destaca que ainda estão previstos manuscritos científicos baseados no material biológico coletado ao longo da pesquisa.
Popularização científica na comunidade
Como parte das ações voltadas à divulgação científica na região norte do país, foi realizada uma atividade educativa numa escola pública localizada em Manaus. Essa iniciativa contou com exposição dos insetos amazônicos estudados pelo grupo científico junto com jogos didáticos que ressaltam sua importância ecológica.
Rosaly Ale-rocha enfatiza que compreender essa biodiversidade é essencial para promover práticas sustentáveis voltadas à preservação ambiental. Ela lembra que os insetos desempenham papéis fundamentais nos processos naturais como polinização das plantas nativas; decomposição da matéria orgânica; além do reaproveitamento dos nutrientes essenciais aos ecossistemas locais.
“O conhecimento sobre biodiversidade estimula uma postura responsável diante da conservação ambiental – um compromisso necessário pensando nas gerações futuras”, afirma Rosaly Ale-Rocha.
Apoio institucional fundamental
A pesquisadora reforça que o suporte financeiro oferecido pela Fapeam possibilitou não só as descobertas taxonômicas como também fomentou programas educacionais destinados às crianças amazonenses. O projeto ainda contribuiu diretamente para dissertações acadêmicas nos níveis mestrado e doutorado; artigos científicos; iniciação científica; além do desenvolvimento profissional por meio do pós-doutorado.
O Programa conjunto entre Fapeam e CNPq tem como objetivo fortalecer pesquisas inovadoras conduzidas por jovens doutores no Amazonas – promovendo avanços científicos relevantes para toda a região Norte brasileira através dessas bolsas específicas destinadas à fixação desses profissionais qualificados no estado.
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