Manaus (AM) – A seca na região Norte do Brasil, especialmente na Amazônia, figura entre os eventos climáticos extremos mais críticos de 2024, segundo relatório publicado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). Para 2025, a previsão de nova estiagem severa no Rio Amazonas acende o alerta para impactos ainda mais profundos na navegação de cabotagem e na logística regional.
No ano passado, o nível do Rio Negro chegou a apenas 12,66 metros, inviabilizando a atracação de navios e resultando em prejuízos econômicos estimados em R$ 1,4 bilhão à indústria local. A resposta emergencial incluiu o uso de píeres flutuantes e balsas para manter o transporte de cargas. Os píeres, capazes de receber embarcações de diferentes portes, permitiram a transferência de mercadorias para balsas de menor calado, reduzindo o impacto da estiagem.
Indústria se antecipa
Diante da iminência de uma nova seca, o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) anunciou, nesta quarta-feira (24), em Manaus, a adoção de medidas preventivas para mitigar riscos à produção e à cadeia logística. O anúncio foi feito durante coletiva com a imprensa e contou com a presença do presidente do Conselho Superior da entidade, Luiz Augusto Rocha, e do presidente executivo, Lúcio Flávio.
Rocha afirmou que o CIEAM tem atuado ativamente em fóruns federais e nas Comissões de Logística para chamar atenção às particularidades da região amazônica. “Temos levado essa realidade além da enseada do Marapatá. Muitos tomadores de decisão sequer compreendem as dificuldades da nossa logística”, destacou.
Entre as ações em andamento, estão parcerias com universidades e especialistas para desenvolver soluções integradas com o setor público. A entidade também defende uma atuação mais forte de órgãos federais, como o DNIT, na região. “Não dá para fazer política pública com orçamento zero. Precisamos de um capítulo específico sobre a Amazônia no Plano Nacional de Logística”, afirmou.
Segundo Lúcio Flávio, os portos privados de Itacoatiara estão preparados para garantir o abastecimento mesmo em cenários críticos. “Caso seja necessário, vamos repetir o plano executado em 2024. Em Itacoatiara, o navio transbordo alivia a carga, permitindo sua chegada aos portos privados. Essa operação, reconhecida como um case de sucesso pela Receita Federal, continuará ativa”, garantiu.
Além disso, mudanças na modelagem logística adotadas desde 2023 ajudam a manter o fluxo de insumos e produtos acabados. Um evento promovido pela Capitania dos Portos sobre o tema está previsto para o dia 29 de agosto.
Soluções logísticas integradas
A empresa Costa Brasil, Operadora de Transporte Multimodal (OTM), também já adotou medidas para enfrentar os desafios impostos pela seca. A companhia tem orientado clientes a antecipar demandas e reforçar estoques, além de oferecer soluções multimodais — combinando transporte rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo — com alta integração entre os modais.
“Estamos preparados para atender a cadeia logística de ponta a ponta, com rotas alternativas, estrutura robusta e parceiros estratégicos que asseguram a continuidade dos serviços durante o período de estiagem”, afirmou Audrinha Nascimento, diretora comercial da empresa.
Com infraestrutura própria em pontos estratégicos do país, a Costa Brasil é referência nacional em cabotagem fracionada, modelo que compartilha cargas de diferentes clientes, otimizando custos e espaço.
“A multimodalidade está no centro da nossa operação. Em momentos críticos, ela se torna ainda mais essencial para evitar rupturas no abastecimento”, destacou Audrinha.
Com mais de 10 anos de atuação, a Costa Brasil mantém unidades operacionais em Santos, Cubatão e Guarulhos (SP), Itajaí (SC) e Manaus (AM), além de operar em todos os principais portos do país.
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