O 67º Festival Folclórico do Amazonas levou ao público mais uma série de apresentações marcadas por emoção, ancestralidade e resistência cultural, durante a noite de segunda-feira (21). O evento reuniu grupos de quadrilhas, danças nacionais e expressões indígenas, que exaltaram a história e os sentimentos do povo amazônida.
Quadrilha Explosão na Folia exalta o Porto de Lenha
A quadrilha tradicional Explosão na Folia encantou a arena com o tema “Porto de Lenha – O Orgulho Amazonense”, inspirado na música de Zeca Torres (Torrinho) e Aldisio Filgueras. O espetáculo abordou a importância histórica do antigo porto flutuante de Manaus, unindo crítica social e valorização das origens culturais do Amazonas.
“O tema deste ano é muito nosso. A música é uma crítica, mas também um chamado ao orgulho de sermos amazônidas”, afirmou o coreógrafo Weldson Rodrigues. Segundo ele, a cenografia e o enredo foram pensados para emocionar quem se reconhece como parte da cultura local.
Tribo dos Maués revive a Lenda do Guaraná
A representatividade indígena ganhou destaque com a apresentação da Tribo dos Maués, que trouxe à arena a simbólica Lenda do Guaraná. Por meio da dança e do canto na língua Sateré Mawé, o grupo compartilhou a origem do fruto como metáfora de amor, cura e ancestralidade.
“Falar da lenda do guaraná é falar da nossa verdade. Nossa cultura não pode ser esquecida”, enfatizou o diretor artístico Marco Sahdo, destacando a importância de manter viva a herança indígena dentro do festival.
Marupiaras do Amazonas reafirma o estilo tradicional
Com o tema “Ainda Estou Aqui, Oxente!”, a quadrilha Marupiaras do Amazonas resgatou a comédia popular nordestina em um enredo recheado de conflitos familiares, religiosidade e amores contrariados. A história se passa em meio a uma festa junina sonhada por um espantalho e perturbada por um personagem nostálgico e irreverente.
“A quadrilha está perdendo suas origens, e este foi nosso recado: continuamos aqui, fiéis à tradição”, declarou a presidente Margareth Soutelo.
Nhô Chico Junino mistura tradição e transformação
A quadrilha Nhô Chico Junino apresentou o espetáculo “Ferro, Fogo e Paixão”, que reflete sobre o equilíbrio entre o passado e o presente. A metáfora do ferro moldado pelo fogo simboliza como a cultura pode evoluir sem perder sua essência.
“O fogo molda o ferro, mas ele continua sendo ferro. Assim é nossa cultura: viva, mas enraizada”, explicou o presidente Wellton Sarubi.
Rancho Manauara homenageia o povo gaúcho
Encerrando a noite, o grupo de dança nacional Rancho Manauara apresentou o emocionante espetáculo “A alma gaúcha não se afoga: Memórias de um velho vaqueiro”. Inspirado nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, a apresentação foi uma homenagem à resistência e à reconstrução do povo gaúcho.
“O personagem que criamos representa quem perdeu tudo, mas manteve a alma firme. O Rio Grande não se afoga, ele renasce”, disse o coordenador Fabrício Santos.
Programação desta terça-feira (22)
O Festival Folclórico do Amazonas continua nesta terça-feira com mais uma noite de espetáculos culturais. Estão confirmadas as apresentações da quadrilha tradicional Caipira na Roça da Betânia, o grupo indígena Tikunas Belezas Naturais, a quadrilha Jaq na Roça, a dança nacional Café do Ajuricaba e, encerrando a noite, a quadrilha Juventude na Roça.
(*) Com informações da assessoria
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