sexta-feira, julho 11, 2025
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Deputado culpa Lula por taxação de Trump e leva invertida de ex-vice-presidente da Câmara

(Fotos: Divulgação/Assessoria)

Manaus (AM) – Durante discurso no Congresso Nacional na noite desta quarta-feira (9), o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela taxação de 50% imposta pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

Segundo o parlamentar, Lula teria provocado incidentes diplomáticos com lideranças internacionais, o que teria motivado a medida adotada por Trump.

“Só existe um culpado por essa tarifa dos Estados Unidos, e ele se chama Luiz Inácio Lula da Silva. Ele tem cometido um incidente diplomático atrás do outro. Peitou o Trump nos Brics, chegou à Europa e disse que a culpa da guerra era também da Ucrânia. Lula escolheu o seu lado. O Brasil não quer estar ao lado de ditaduras. O Congresso precisa reagir para salvar a economia brasileira”, declarou Alberto Neto.

A fala de Alberto Neto integra uma série de discursos do parlamentar que têm buscado reforçar sua base conservadora e seu alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o episódio evidenciou mais uma vez a polarização no debate político e os limites da retórica eleitoral.

A fala do deputado logo repercutiu e foi rebatida pelo ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PT). Em tom crítico, o ex-parlamentar ironizou a tentativa de vincular o governo brasileiro às políticas econômicas adotadas de forma unilateral pelos Estados Unidos.

“É impressionante a capacidade que esse deputado tem de falar besteira. O que a ignorância não permite que ele saiba é que Donald Trump fez o mesmo com México, Colômbia, Canadá e China. Trata-se de uma política protecionista americana que contraria todo o discurso liberal deles”, disse Ramos.

O ex-candidato a prefeito de Manaus ainda criticou a postura submissa que, segundo ele, Alberto Neto adota em relação ao governo norte-americano.

“No caso do Brasil, é uma tentativa de interferência dos EUA em assuntos internos. Os outros países reagiram com altivez e reafirmaram suas soberanias. O Brasil deve fazer o mesmo. O tempo em que os Estados Unidos interferiam na política, na economia e no Judiciário de outros países acabou. O deputado, num ato falho, disse que o Brasil escolheu seu lado — e é verdade. O Brasil escolheu o lado dos brasileiros, dos empregos, da indústria nacional, do agro, da exportação de minérios. Já o deputado escolheu o lado de ser um lambe-botas, um lacaio, um xerimbabo do presidente dos Estados Unidos, que sequer sabe quem ele é, mas que ele bajula de forma ridícula e patética”, disparou Ramos.

Assista ao posicionamento do ex-parlamentar:

A decisão de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil a partir do dia 1° de agosto provocou forte repercussão no Senado Federal. A medida, considerada inédita nas relações comerciais entre os dois países, foi duramente criticada por parlamentares da base governista, que classificaram o anúncio como um ataque à soberania nacional.

Já senadores da oposição, assim como Alberto Neto, atribuíram a responsabilidade ao atual governo, à condução da política externa e às decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), que, segundo eles, teriam agravado a crise diplomática.

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado divulgou nota reafirmando o compromisso do Parlamento com a construção de “relações internacionais estáveis” e com o diálogo institucional. O colegiado informou que mantém interlocução com a representação diplomática dos Estados Unidos no Brasil e articula o envio de uma missão parlamentar a Washington para tratar da questão.

“Medidas comerciais devem ser tratadas com responsabilidade e dentro dos marcos do direito internacional”, afirma trecho da nota da comissão.

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