Após três dias com nível estável, o Rio Negro registrou uma redução de dois centímetros nas últimas 24 horas, marcando 29,03 metros nesta quarta-feira (9), de acordo com medições do Porto de Manaus. A variação pode indicar os primeiros sinais da vazante, que costuma iniciar no mês de julho, mas ainda não foi confirmada por especialistas.
A cheia prolongada transformou a rotina de moradores das áreas mais baixas da região central de Manaus, uma das mais afetadas pelo avanço das águas. No bairro Educandos, famílias seguem convivendo com alagamentos dentro de casa e com o acúmulo de lixo trazido pela enchente.
Mesmo em pleno julho, o nível do rio continuou subindo em dias anteriores — comportamento considerado atípico, que não era registrado desde 2014.
No Centro da capital, o impacto também atinge trabalhadores e frequentadores. O Rio Negro ultrapassou a cota de inundação severa no dia 28 de junho e alagou ao menos duas ruas de acesso ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa, um dos principais pontos turísticos da cidade.
A travessa Tabelião Lessa, ao lado do mercado, e a rua dos Barés, nos fundos do prédio histórico, estão cobertas pela água.
Motoristas e feirantes relatam dificuldades para circular na área central da cidade. A cheia tem afetado a mobilidade e o funcionamento das atividades no entorno do mercado e de outras vias alagadas.
Situação atual da cheia de 2025 no Amazonas
De acordo com o último boletim do Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, 133.711 famílias foram atingidas — cerca de 534 mil pessoas afetadas diretamente. As nove calhas de rios do Amazonas seguem em processo de cheia, com picos variando entre março e julho.
Segundo os decretos municipais:
- 40 cidades estão em Situação de Emergência
- 18 em Alerta
- 4 em Normalidade
Ajuda humanitária
Para enfrentar a situação, o Governo do Amazonas já enviou:
- 580 toneladas de cestas básicas
- 2.450 caixas d’água de 500 litros
- 57 mil copos de água potável
- 10 kits purificadores do programa Água Boa
- 1 Estação de Tratamento Móvel (Etam)
O apoio tem alcançado principalmente municípios como Humaitá, Manicoré, Apuí, Boca do Acre, Novo Aripuanã, Borba, Anamã, entre outros.
Alunos do interior estudam de casa
Na área da educação, 444 alunos foram impactados em quatro municípios — Anamã, Itacoatiara, Novo Aripuanã e Uarini — e seguem com aulas remotas pelo programa “Aula em Casa”.
Leia mais
Cheia do Rio Negro alaga Centro de Manaus e afeta milhares na capital
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱