O procurador-geral da República, Paulo Gonet, arquivou a representação apresentada pela deputada Luciene Cavalcanti (PSOL-SP) contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) por declarações sobre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A denúncia alegava prática de violência política de gênero.
A frase que motivou a ação foi dita por Plínio ao comentar a participação da ministra na CPI das ONGs: “Imagine o que é tolerar Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”. A declaração foi feita cerca de um ano e meio após a audiência.
No despacho, Gonet concluiu que a fala não caracteriza crime. Segundo ele, as declarações “embora revestidas de aparente cunho ameaçador”, ocorreram fora da sessão oficial e não configuram constrangimento ilegal. Também foi descartada a tese de misoginia, por não haver indícios de que a crítica tenha sido motivada por gênero ou associada a para-mulheres-vitimas-de-violencia-domestica/” title=”Deputado solicita agilidade na regulamentação de lei que assegura vagas do Sine … … vítimas de violência doméstica”>situação de violência doméstica.
O procurador ainda destacou que, para a instauração de investigação por ameaça, seria necessária representação da própria ministra, o que não ocorreu. Com isso, o caso foi arquivado.
Psicopata
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou a chamar o senador Plínio Valério de ‘psicopata’ após o parlamentar dizer que queria enforcá-la. A fala do político gerou polêmica em um evento de entrega de Medalha ao Mérito Comercial do Amazonas 2025, promovido pela Fecomércio do Estado, na última sexta-feira, 14.
Plínio discursava em defesa da BR-319 e, em dado momento, relembrou a participação da ministra na CPI das ONGs, aprovada em 2023. “A Marina esteve na CPI das ONGs: seis horas e dez minutos. Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”, declarou.
Já na manhã desta quarta-feira, 19, Marina Silva esteve no programa Bom dia, Ministra, da EBC, e rebateu a fala do senador, dizendo que o parlamentar incitou a violência contra a mulher. Ela ponderou ainda que, se por ser conhecida no País e fora dele, sofre com esse tipo de represália, imagina as mulheres que não tem visibilidade.
“A política de gênero acontece o tempo todo e, só para a gente pensar, se uma mulher que consegue se tornar governadora, prefeita, deputada, senadora e ministra sofre violência política de gênero quanto mais as mulheres de um modo geral, aquelas que não estão em posição, muitas vezes, de visibilidade”, afirmou.
Ela continua: “Eu sofri agora, pela manifestação de um senador, que fez uma afirmação de que era muito difícil para ele ficar conversando comigo durante seis horas sem me enforcar”, declarou.
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