O senador Plínio Valério (PSDB-AM) fez uma contundente crítica à atuação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (icmbio) durante seu discurso no Senado, na última segunda-feira (22). Ele destacou que a criação de novas áreas de proteção ambiental na Amazônia está ocorrendo sem o devido diálogo com as comunidades locais, resultando em impactos diretos sobre pequenos produtores e iniciativas de desenvolvimento regional.
Segundo Valério, essas medidas têm prejudicado agricultores, extrativistas e empreendedores da região ao restringir o uso das terras que já são preservadas. O senador expressou sua preocupação ao afirmar que a Amazônia está sendo levada a uma “semi-escravidão moderna”, pois as populações locais estão sendo privadas dos recursos necessários para garantir sua subsistência.
Em suas palavras: “O Amazonas tem 97% de sua área preservada. Mas 60% da população vive abaixo da linha da pobreza. Vale a pena preservar tanto assim?”, questionou ele, levantando um ponto crucial sobre o equilíbrio entre conservação ambiental e necessidades socioeconômicas.
A discussão se intensifica em meio à polêmica sobre a criação de novas unidades de conservação em áreas produtivas como Apuí, onde já existem muitos agricultores e projetos agrícolas estabelecidos. Valério alertou para o risco do deslocamento forçado de milhares de pessoas e interrupção das atividades voltadas ao cultivo do café e outras culturas essenciais para a economia local.
Ele também mencionou uma nova reserva ambiental destinada à proteção do sauim-de-coleira, uma espécie ameaçada. Essa decisão pode impactar diretamente as comunidades que dependem da agricultura familiar para sobreviver.
Além disso, Plínio criticou a centralização das decisões ambientais nas mãos do governo federal, citando especificamente Marina Silva, ministra do Meio ambiente. Para ele, é fundamental haver mais diálogo entre os órgãos governamentais e as realidades locais enfrentadas pelos habitantes da Amazônia.
Esse posicionamento reacende um debate complexo sobre como conciliar preservação ambiental com desenvolvimento socioeconômico na região amazônica. Embora especialistas defendam que ampliar áreas protegidas é essencial para combater mudanças climáticas e degradação florestal, parlamentares locais exigem maior sensibilidade às necessidades das populações tradicionais e amazonas-distribui-34-toneladas-de-alimentos-para-instituicoes-de-assistencia-social-em-itapiranga/” title=”Governo do … distribui 3,4 toneladas de alimentos para instituições de assistência social em Itapiranga”>dos agricultores familiares.
Plínio encerrou seu discurso reafirmando seu compromisso em lutar pelo “direito ao sustento” dos milhões que habitam essa rica região brasileira: “É preciso resistir. Não vou sucumbir nem desistir”, concluiu ele.
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