Iniciativa Amazônica Combate Desafios de Saúde e Sustentabilidade na Floresta
Manaus (AM) – A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) tem se destacado em um esforço inovador para enfrentar os desafios de saúde pública e sustentabilidade na região amazônica. Com a crescente crise climática que afeta comunidades ribeirinhas, a FAS conecta saberes científicos e tecnologias sustentáveis para garantir direitos fundamentais, como acesso à água potável e atendimento médico.
No interior da floresta, onde o Sistema Único de Saúde (SUS) muitas vezes não chega, a telessaúde se tornou uma alternativa vital. De janeiro a dezembro de 2024, foram realizados 334 atendimentos médicos à distância em comunidades isoladas com o suporte de polos de conectividade. Para os moradores locais, essa iniciativa representa mais do que assistência médica; é uma chance real de sobrevivência sem precisar deixar suas casas.
Maria Milda Teixeira de Souza, residente da comunidade Boa Esperança, compartilha sua experiência: “Melhorou muito aqui na comunidade com o telessaúde. Antes nós tínhamos que ir para Manicoré e era um gasto grande.” Além dos cuidados físicos, a saúde mental também ganhou atenção especial. Entre agosto e setembro deste ano, foram registrados 30 atendimentos psicológicos relacionados ao estresse causado pela estiagem.
A escassez hídrica não afeta apenas as condições físicas das comunidades; ela também impacta diretamente a saúde emocional dos habitantes. Valcléia Lima, superintendente da FAS para Desenvolvimento Sustentável das Comunidades afirma: “A falta de água potável torna as comunidades mais vulneráveis a infecções gastrointestinais e outras doenças.”
Para mitigar esses problemas críticos,parcerias estratégicas têm sido estabelecidas.Em colaboração com organizações como Fundación Avina e Coca-Cola Brasil, quatro sistemas para captação e tratamento de água foram instalados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus. Essa ação beneficiou cerca de 1.800 pessoas, garantindo acesso à água tratada mesmo durante períodos severos.
Além disso, mochilas filtrantes conhecidas como “Água Camelo” foram distribuídas entre 650 moradores nas áreas afetadas pela seca em 2024. Essas iniciativas visam atender mais pessoas nas Reservas Extrativistas do Rio Gregório e Piagaçu-Purus.
Os atendimentos via telessaúde são um exemplo claro do potencial do SUS em expandir sua presença nas regiões remotas da Amazônia brasileira.Mickela souza destaca: “Essas ações demonstram como é possível levar dignidade aos povos da Amazônia.”
O cuidado com essas populações vai além das políticas públicas; trata-se também do fortalecimento comunitário diante das adversidades enfrentadas diariamente por aqueles que habitam esta vasta região florestal.
Cuidar da Amazônia implica ouvir suas vozes ativas no combate às mudanças climáticas enquanto se garante o básico: saúde adequada e acesso à água limpa.
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS), criada em 2008 como uma organização sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento sustentável na região amazônica já alcançou resultados significativos nos últimos anos — incluindo uma redução notável no desmatamento em áreas assistidas — mostrando que é possível unir inovação tecnológica aos saberes tradicionais para promover melhorias reais nas vidas dos habitantes locais.
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