Buscar informações precisas para identificar vítimas é uma das principais funções dos peritos do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), vinculado à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM). Em Manaus, além dos métodos tradicionais como o odontológico, necropapiloscópico e o exame de DNA, a polícia científica também emprega a antropologia forense para auxiliar na identificação humana.
Antropologia forense no processo de identificação
A antropologia forense é uma especialidade que realiza perícias em ossadas humanas. Por meio dessa técnica, os peritos conseguem determinar dados importantes como a causa da morte, tempo decorrido desde o óbito, amazonas-contabiliza-266-casos-confirmados-de-esporotricose-humana-entre-janeiro-e-marco/” title=”… contabiliza 266 casos confirmados de esporotricose humana entre janeiro e março”>sexo, idade e estatura da vítima. Esses elementos são essenciais para caracterizar e identificar um indivíduo quando outros métodos não são suficientes.
Procedimentos realizados no setor de antropologia
conforme explica a odontolegista Izabella Goetten, toda ossada encontrada passa por diversos procedimentos no setor de antropologia. Um dos primeiros passos é realizar uma radiografia completa do corpo para detectar características individualizantes que possam ajudar na identificação.
Izabella detalha: “Quando um cadáver chega ao nosso setor já em estado avançado – esqueletizado ou semi-esqueletizado – fazemos radiografias para tentar encontrar dados suficientes que possibilitem sua identificação”. Após essa etapa inicial, o corpo passa pela análise do perfil biológico e antropométrico para avaliar gênero, peso e altura.
Perfil biológico detalhado
O processo envolve analisar os ossos minuciosamente com o objetivo de traçar um perfil biológico completo. Esse perfil inclui:
- Sexo
- Idade
- Estatura
- Ancestralidade
Com essas informações em mãos, os peritos podem cruzar dados com bancos de desaparecidos na tentativa de identificar a pessoa.
Casos solucionados pela antropologia forense
Um exemplo recente ocorreu em fevereiro deste ano quando uma ossada foi encaminhada ao Instituto Médico legal (IML) em estado semi-esqueletizado. Durante as radiografias realizadas pela equipe do DPTC foram identificadas placas ortopédicas nos ossos da vítima – indício importante que levou à sua identificação como um homem desaparecido há meses.
A perita Izabella explicou: “notamos vários traumas provavelmente sofridos ainda em vida e procedimentos cirúrgicos ortopédicos devido às placas encontradas nos ossos”.A partir do número dessas placas foi possível localizar onde as cirurgias foram feitas e contatar familiares da vítima.Segundo ela: “O homem vivia em situação de rua; muitas vezes seus familiares acompanhavam suas internações hospitalares durante as quais recebeu esses procedimentos”. Essa informação foi fundamental para solucionar o caso com rapidez e precisão.
Apoio humanitário às famílias
Além das análises técnicas realizadas pelo DPTC, há também suporte psicossocial oferecido às famílias durante todo o processo. Quando parentes procuram por entes desaparecidos são encaminhados ao serviço psicossocial do IML onde recebem atendimento humanizado. Eles preenchem formulários com informações essenciais que auxiliam nas comparações feitas pelos peritos durante as investigações.
Izabella destaca: “Esse apoio é fundamental tanto na fase da investigação quanto no momento delicado da entrega dos corpos aos familiares para sepultamento”.
A utilização crescente da antropologia forense tem ampliado significativamente as possibilidades técnicas disponíveis aos profissionais responsáveis pela identificação humana no amazonas. Combinando ciência rigorosa à sensibilidade social necessária nesse tipo trabalho delicado, os resultados têm sido cada vez mais eficazes na solução desses casos complexos.
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