Entre setembro e novembro de 2022, pesquisadores do Laboratório de Ictiologia e Ordenamento Pesqueiro do Vale do Rio Madeira (LIOP), vinculado ao Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), realizaram expedições científicas para investigar os efeitos dos gradientes ambientais nas assembleias de peixes em igarapés localizados no Interflúvio Madeira-Purus, próximo à rodovia BR-319, na Amazônia. Foram visitados seis igarapés próximos ao município de Humaitá (AM), sendo três pavimentados e três não pavimentados. O estudo buscou compreender como o desmatamento, a ocupação humana e a fragmentação dos habitats aquáticos influenciam a fauna local.
Objetivos das Expedições Científicas
As expedições foram lideradas pelo Dr. Marcelo rodrigues dos Anjos com o propósito principal de analisar os impactos causados pela construção da rodovia BR-319 sobre os ecossistemas aquáticos da região. A pesquisa focou nos efeitos decorrentes do desmatamento, da presença humana e da fragmentação ambiental provocada por pontes e estradas.
Coleta e Diversidade das Espécies
Durante as visitas aos seis igarapés – divididos entre áreas pavimentadas e não pavimentadas -, foram capturados mais de 330 exemplares pertencentes a 66 espécies diferentes. Entre elas destacam-se peixes como traíra (Hoplias malabaricus), acará (Satanoperca jurupari), bicuda (Boulengerella maculata) e peixe cachorro (Acestrorhynchus falcatus). Esses dados serviram como base para análises detalhadas sobre as condições ambientais locais.
Resultados da Pesquisa
A dissertação de mestrado elaborada pela engenheira ambiental Jeissy Santana fundamenta-se nessas coletas para avaliar o efeito dos gradientes ambientais nas comunidades piscícolas desses igarapés situados na BR-319, no sudoeste amazônico.
Importância do Monitoramento Ambiental
Jeissy destaca que o monitoramento contínuo desses ambientes é fundamental para entender melhor a biodiversidade aquática regional. Segundo ela, compreender as interações entre as espécies diante das mudanças ambientais permite fornecer informações essenciais para orientar políticas públicas voltadas à conservação ambiental e ao manejo sustentável dos recursos naturais.
Condições Atuais da Qualidade da Água
O estudo indicou que os parâmetros físicos-químicos da água nos igarapés estão dentro dos níveis considerados normais até o momento. No entanto, reforça-se a necessidade de manter investigações regulares para acompanhar possíveis alterações futuras que possam afetar negativamente esses ecossistemas frágeis.
Perspectivas Futuras para o Monitoramento
A análise estatística realizada revelou relações claras entre determinadas espécies presentes nos igarapés com características específicas da água em cada ambiente estudado. Isso explica por que algumas espécies são encontradas preferencialmente em certos locais.
Continuidade das Pesquisas Sazonais
Para garantir um diagnóstico preciso sobre a situação atual dessas populações aquáticas ao longo do tempo, Jeissy recomenda que o monitoramento seja realizado periodicamente em diferentes estações ou anualmente. Essa abordagem permitirá identificar tendências temporais importantes relacionadas à saúde ecológica desses corpos d’água.
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