A Refinaria da Amazônia (Ream), localizada em Manaus (AM) e privatizada em dezembro de 2022, suspendeu suas operações de refino e está funcionando apenas como apoio logístico para a distribuição de derivados importados. A situação foi denunciada nesta sexta-feira (19) pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo e Derivados do Estado do Amazonas (Sindipetro-AM). segundo o sindicato, a paralisação não se justifica pela alegada manutenção intensiva apresentada pela empresa.
Paralisação da produção e denúncias do Sindipetro-AM
De acordo com o requerimento enviado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Ream justificou a interrupção temporária das atividades afirmando que toda a unidade passaria por uma parada de manutenção intensiva. No entanto, o coordenador-geral do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro, contestou essa versão: “A explicação da empresa não coincide com os fatos“. Ele ressaltou que não há sinais típicos desse tipo de manutenção, como contratação ou movimentação intensa de trabalhadores para acompanhar os serviços. Pelo contrário, mais de 40 funcionários foram demitidos recentemente.
Marcus Ribeiro ainda afirmou que a refinaria está sem produção alguma, funcionando apenas como um terminal logístico para derivados importados. Essa mudança preocupa os trabalhadores e gera dúvidas sobre o futuro das operações no local.
Impactos na continuidade do refino e riscos ao abastecimento
O Sindipetro-AM alerta que esse cenário pode comprometer a continuidade das atividades essenciais da refinaria em Manaus. Além disso, há incertezas quanto ao fornecimento regional e riscos reais de desabastecimento no Amazonas.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, reforça que o refino é uma atividade estratégica e pública, cuja interrupção deve ser comunicada aos órgãos competentes imediatamente. Ele destaca ainda as consequências econômicas dessa paralisação: redução nos empregos locais, queda na arrecadação tributária e diminuição dos investimentos na região.
Sugestão para intervenção estatal
Diante dessa situação preocupante, tanto a FUP quanto o Sindipetro-AM recomendam que a Petrobrás intervenha na Ream para verificar se o grupo Atem pretende vender seus ativos ou buscar uma parceria com a estatal visando garantir a operação contínua da refinaria.
Ações judiciais contra o grupo Atem
Em maio deste ano, o sindipetro-AM ingressou com uma ação civil pública contra o grupo Atem por falta de transparência nas informações obrigatórias sobre produção combustível. Paralelamente à ação judicial, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) instaurou um processo administrativo por infrações relacionadas ao caso.
Até agora, apesar das tentativas feitas pelo portal Em Tempo para obter esclarecimentos junto à Ream sobre as denúncias apresentadas pelo sindicato e as ações em andamento, não houve retorno oficial da empresa. O espaço permanece aberto para manifestação futura.
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