O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (11) que só tomará uma decisão sobre a sanção do Projeto de Lei da Dosimetria após o texto, aprovado pela Câmara dos Deputados, chegar ao Executivo.
O projeto prevê a redução de penas para condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e pela tentativa de golpe de Estado, podendo beneficiar pessoas envolvidas nos episódios, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Não gosto de dar palpite numa coisa que não diz respeito ao Poder Executivo. É uma coisa pertinente ao Poder Legislativo. Eles estão discutindo. Tem gente que concorda, tem gente que não concorda”, declarou Lula.
Condenação de Bolsonaro
Em entrevista ao programa EM Minas, em parceria com o jornal Estado de Minas e o Portal Uai, o presidente avaliou a condenação de Bolsonaro, que soma 27 anos e três meses de prisão, afirmando que ocorreu “porque tentou fazer uma coisa muito grave”.
“Ele não fez brincadeira. Ele tinha um plano arquitetado para matar a mim, matar o Alckmin, matar o Alexandre de Moraes. Ele tinha um plano para explodir um caminhão no aeroporto de Brasília. E ele tinha um plano de sequestrar o Poder, já que ele perdeu as eleições”.
Lula ressaltou que, após a aprovação na Câmara, o PL da Dosimetria ainda precisa passar pelo Senado antes de chegar à sua análise.
“Vamos ver o que vai acontecer. Quando chegar à minha mesa, eu tomarei a decisão. Eu e Deus. Sentado na minha mesa, eu tomarei a decisão. Farei aquilo que eu entender que deve ser feito. Porque ele [Bolsonaro] tem que pagar pela tentativa de golpe, pela tentativa de destruir a democracia que ele fez nesse país. Ele sabe disso. Não adianta ficar choramingando agora”, afirmou.
Críticas
O presidente também comparou a postura de Bolsonaro à de outros políticos após derrotas eleitorais:
“Se ele tivesse a postura que eu tive quando perdi três eleições, se ele tivesse a postura que teve o PSDB quando perdeu três eleições, se ele tivesse a postura de todo mundo que é democrático e que respeita as instituições, ele não estaria preso. Poderia estar concorrendo agora às eleições.”
“Mas ele tentou encurtar o caminho. Tentou convencer alguns militares, que também estão presos. E deu nisso que deu. Então, agora, é o seguinte: deixa o Poder Legislativo se manifestar. Quando chegar na mesa do Poder Executivo, eu vou tomar a minha decisão”, concluiu Lula.
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