sábado, dezembro 6, 2025
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Notícias do Amazonas – Banco Central abandona regulação do Pix Parcelado

Após sucessivos adiamentos, a diretoria do Banco Central (BC) anunciou nesta quinta-feira (4), em brasília, durante a reunião do Fórum Pix, que desistiu de criar regras específicas para o Pix parcelado. O encontro reuniu cerca de 300 representantes do sistema financeiro e da sociedade civil. Além de abandonar a regulamentação, o BC proibiu as instituições financeiras de usarem o nome Pix Parcelado, embora expressões semelhantes como Pix no crédito ou Parcele no Pix permaneçam autorizadas. Inicialmente prevista para setembro, a obrigatoriedade e padronização dessa modalidade foram postergadas para outubro e depois novembro. Atualmente disponível no mercado como uma linha de crédito com juros oferecida pelos bancos,sua regulação visava aumentar a transparência para os usuários.

Pix parcelado: funcionamento e falta de padronização

O pix parcelado permite que o consumidor divida um pagamento instantâneo em parcelas, recebendo imediatamente o valor total enquanto assume os juros cobrados pela instituição financeira. Cada banco tem autonomia para definir taxas, prazos e formas de cobrança sem qualquer uniformidade entre as ofertas. Essa ausência de padronização preocupa especialistas por elevar os riscos de endividamento dos consumidores.

Apesar da semelhança nominal com o parcelamento tradicional do cartão de crédito, essa modalidade é caracterizada como um empréstimo que cobra juros desde o primeiro dia da contratação. As taxas médias giram em torno de 5% ao mês e podem chegar a aproximadamente 8% mensais considerando o Custo Efetivo Total (CET). Muitas vezes os custos só são apresentados na fase final da contratação e as regras sobre atrasos não são claras nem uniformes. Em alguns casos, as parcelas aparecem na fatura do cartão mesmo não se tratando propriamente do parcelamento convencional.

Críticas à decisão do Banco Central

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), presente na reunião do Fórum Pix, classificou como inaceitável a decisão do BC por não estabelecer padrões mínimos para operações associadas ao Pix Parcelado. Segundo a entidade, essa ausência cria um ambiente regulatório desordenado que favorece abusos financeiros e aumenta significativamente os riscos relacionados ao superendividamento das famílias brasileiras.

Para o Idec, proibir apenas o uso da expressão “pix Parcelado” representa uma mudança superficial que não resolve problemas estruturais: “O consumidor continuará exposto a produtos heterogêneos sem transparência adequada ou salvaguardas obrigatórias”, afirma nota oficial da instituição.

A entidade também critica a postura adotada pelo Banco Central ao delegar ao mercado privado toda responsabilidade pela autorregulação desse tipo crédito emergente – uma escolha que pode deixar famílias ainda mais vulneráveis diante das práticas comerciais variadas entre bancos diferentes.

Riscos associados à marca confiável

Por estar vinculado à marca reconhecida pelo sistema financeiro brasileiro – o próprio Pix – esse tipo empréstimo tende a induzir decisões impulsivas por parte dos consumidores menos atentos aos detalhes financeiros envolvidos. O Idec alerta ainda que esse cenário ocorre num momento delicado em que muitos brasileiros já enfrentam altos índices históricos de superendividamento.

“O Pix nasceu com objetivo claro: democratizar pagamentos no país”, destaca o instituto; “transformá-lo numa porta aberta para créditos desregulados coloca essa conquista em risco”. A organização promete continuar pressionando por normas claras que garantam segurança e transparência aos usuários dessa modalidade financeira.

Fiscalização indefinida pelo Banco central

Embora tenha vetado oficialmente termos como “Pix Parcelado” ou “pix Crédito”, ainda não está definido qual será efetivamente mecanismo adotado pelo BC para fiscalizar essas operações nos bancos participantes. Durante evento realizado pelo Fórum Pix foi informado apenas que haverá monitoramento das soluções ofertadas pelas instituições financeiras – porém sem imposição formal dos padrões técnicos esperados inicialmente pela área regulatória.

Essa postura gera preocupação entre entidades defensoras dos direitos dos consumidores porque abre espaço para produtos similares funcionarem com características muito distintas conforme cada banco oferece seu serviço individualmente; dificultando comparações justas entre opções disponíveis no mercado brasileiro; além disso aumenta chances contratações inadequadas devido à falta clareza nas informações prestadas previamente aos clientes finais.

Impasses recentes sobre regulamentação

Nos meses anteriores havia expectativa concreta quanto à publicação oficial das regras destinadas justamente à harmonização dessas ofertas envolvendo informações essenciais – tais como taxas reais cobradas mensalmente incluindo IOF -, critérios claros sobre cobranças atrasadas além estabelecimento mínimo obrigatório quanto às práticas transparentes junto aos clientes finais interessados nessa linha creditícia via Pix parcelado.

Os sucessivos adiamentos refletem impasses internos entre técnicos reguladores ligados ao BC versus interesses manifestados pelos bancos privados participantes deste segmento emergente – estes últimos defendiam alterações significativas na proposta original apresentada inicialmente pela autarquia responsável pela formulação normativa dentro da instituição monetária federal brasileira .

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) declarou apoio geral às normas previstas mas negou ter exercido pressão direta contra continuidade imediata dessas regulações; admitindo contudo ter solicitado ajustes pontuais nos textos discutidos até então alegando ausência urgência absoluta naquele momento específico .

Conclusão

A desistência definitiva da criação das regras específicas deixa consumidores expostos às variações livres praticadas pelas instituições financeiras sob diferentes nomes comerciais próximos ao conceito original chamado anteriormente “Pix Parcelado”. Essa situação reforça necessidade urgente por maior atenção individualizada antes contratar qualquer produto similar oferecido via canais digitais bancários tradicionais ou alternativos .

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