Segundo a psicóloga Elaine de Sarno, as primeiras consequências do bullying são o isolamento social da vítima, que passa a não se sentir parte do grupo em que está inserida. A Revista eletrônica Minha Vida Família contribui significativamente para a sociedade brasileira ao abordar esse tema por meio de uma reportagem escrita por Bárbara Correa, com consultoria da psicóloga Deborah Moss. O bullying é um problema crescente e preocupante nos dias atuais.
Esse tipo de violência ocorre principalmente entre crianças e adolescentes, caracterizando-se pela repetição intencional de agressões sem motivação aparente e pelo desequilíbrio de poder entre agressor e vítima. essa definição, dada pela especialista em Terapia Cognitivo Comportamental Elaine Di Sarno, reflete o cenário atual das escolas brasileiras.
De acordo com os dados do Pisa 2018, divulgados recentemente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 29% dos estudantes brasileiros relataram ter sofrido bullying dentro da sala de aula – percentual superior à média dos países membros da OCDE, que é 23%. Além disso, relatório recente da Unicef sobre os 30 anos da Convenção dos Direitos da Criança destaca a urgência no enfrentamento do bullying e cyberbullying. O estudo aponta aumento no número de suicídios entre crianças e adolescentes: foram 714 casos em 2007 contra 1.047 em 2017.
Definição e tipos principais de bullying
Para compreender melhor essa violência escolar, a educadora Sueli bravi classifica o bullying em diferentes tipos:
Bullying físico
Envolve agressões corporais como puxões de cabelo, beliscões, mordidas, socos ou chutes.
Bullying verbal
Inclui piadas ofensivas, gozações constantes, fofocas maldosas ou ameaças verbais.
Bullying material
Refere-se à destruição ou ocultação dos pertences pessoais da vítima.
Bullying moral ou sentimental
Ataca o lado emocional com apelidos depreciativos que podem desencadear distúrbios como bulimia ou anorexia.
Bullying psicológico
Manipulação constante que faz a pessoa se sentir culpada injustamente; pode levar à depressão ou crises ansiosas.
Bullying virtual
Extensão das outras formas praticada via internet por perfis anônimos ou não identificáveis.
Sinais para identificar vítimas
Muitas crianças afetadas pelo bullying sentem medo ou vergonha e acabam não contando aos pais sobre as agressões sofridas. Por isso é fundamental observar alguns sinais comportamentais: isolamento social; mudança no humor; maior introspecção; episódios frequentes de choro; brigas inexplicáveis dentro do ambiente familiar; desatenção na escola; além de alterações na concentração tanto na escola quanto em casa.
O educador Eduardo Calbucci alerta ainda que as reações variam conforme cada criança – algumas manifestam tristeza profunda enquanto outras apresentam medo intenso ou raiva exacerbada.
Consequências psicológicas graves
Conforme explica Elaine De Sarno, após o isolamento social inicial podem surgir outros problemas sérios como queda no rendimento escolar e comprometimento físico geral. A autoestima diminui consideravelmente levando ao desenvolvimento potencialmente grave de quadros depressivos, transtorno ansiedade generalizada, síndrome pânico e outros distúrbios psíquicos complexos. Quando esses sintomas não recebem tratamento adequado**, há risco elevado para tentativas suicidas – estudo realizado no Reino Unido revelou que uma em cada cinco crianças pensa nessa possibilidade como forma desesperada para escapar das perseguições sofridas.
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