A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rejeitou, na quinta-feira (4), os pedidos da oposição para incluir novos depoentes nas investigações sobre irregularidades no órgão. Entre as convocações recusadas estão as de Fábio Luís Lula da Silva,conhecido como “Lulinha”,e do advogado-geral da União,Jorge Messias. As votações demonstraram a resistência do colegiado em ampliar o escopo dos depoimentos, mantendo o foco nas apurações já em andamento.
Rejeição às convocações solicitadas pela oposição
Em duas votações distintas, a CPI negou por 19 votos a 12 a convocação de Fábio Luís Lula da Silva e por 19 votos a 11 a chamada de Jorge Messias. A oposição buscava ouvir ambos após denúncias que indicam supostas ligações entre Lulinha e Antônio carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, principal investigado no esquema de descontos irregulares aplicados a aposentados e pensionistas.
Suspeitas envolvendo Fábio Luís Lula da Silva
O presidente da CPI,senador Carlos Viana (Podemos-MG),levantou suspeitas sobre uma possível atuação de Lulinha como lobista para Antunes dentro das irregularidades investigadas. No entanto, apesar das suspeitas apontadas pela oposição, Fábio Luís não consta formalmente entre os investigados, e sua defesa ainda não se manifestou sobre o assunto.
Argumentos contrários à convocação
Parlamentares aliados ao governo contestaram veementemente os pedidos oposicionistas. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) classificou as convocações como motivadas politicamente e sem respaldo técnico ou documental que justifique sua aprovação. Segundo ela, não há provas que liguem diretamente Lulinha ao esquema investigado pelo INSS.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), também criticou as tentativas oposicionistas classificando-as como descabidas diante dos fatos apresentados até o momento.
Recusa à convocação do advogado-geral Jorge Messias
Além disso, foi rejeitada também a convocação de Jorge Messias para prestar esclarecimentos na CPI. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Messias foi alvo das críticas oposicionistas sob alegação de que teria sido informado previamente sobre as irregularidades no INSS sem tomar providências eficazes para coibi-las.
Associação com outros nomes envolvidos nas investigações
Parlamentares contrários à indicação relacionaram ainda Jorge Messias com Virgílio de Oliveira – ex-procurador-geral do INSS afastado por decisão judicial devido às suspeitas envolvendo fraudes no órgão previdenciário. A votação ocorreu enquanto o Senado analisa oficialmente sua nomeação ao STF; contudo ele enfrenta resistência política significativa dentro da Casa Legislativa.
Convocação aprovada: governador Romeu Zema será ouvido pela CPI
Na mesma sessão em que foram barrados os pedidos oposicionistas mencionados acima, houve aprovação unânime para ouvir o governador mineiro Romeu Zema (Novo). O convite partiu principalmente dos parlamentares governistas interessados em esclarecer detalhes acerca das operações financeiras realizadas pela Zema Financeira – empresa ligada ao governador que oferece crédito consignado aos beneficiários do INSS – tema central das investigações atuais na comissão parlamentar.
A Comissão Parlamentar mantém seu foco nas apurações relacionadas aos descontos irregulares praticados contra aposentados e pensionistas pelo Instituto Nacional do Seguro Social. As decisões recentes reforçam um direcionamento técnico-político voltado exclusivamente à elucidação desses casos específicos sem dispersão por temas paralelos ou motivações políticas externas.
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