quinta-feira, dezembro 4, 2025
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Notícias do Amazonas – Resgates emergenciais buscam salvar golfinhos ameaçados

A seca na amazônia tem causado sérios impactos na vida⁤ dos⁤ golfinhos da região do Lago Tefé. A líder do Grupo de Mamíferos Aquáticos ‍do Mamirauá, Miriam Marmontel, alertou para a situação crítica enfrentada por esses animais, ⁢especialmente os botos ‌vermelhos e tucuxis. Para⁢ evitar novas mortes, sua equipe realiza ações emergenciais de resgate dos golfinhos presos ‌em ⁣lagoas ⁣isoladas pela baixa dos níveis das águas e pelo aumento da temperatura.

Impactos ⁣da seca nos golfinhos amazônicos

No ​ano passado, os golfinhos amazônicos sofreram com uma seca⁢ histórica que atingiu o Amazonas. Segundo ⁢Miriam Marmontel, centenas‌ desses animais morreram devido às condições adversas. Em entrevista ao ⁣programa Viva Maria da Rádio⁤ Nacional,ela destacou que foram registradas pelo menos 209 mortes – 178 botos vermelhos e 31 tucuxis ⁤- o que representa cerca de 15% da população ⁤estimada no Lago Tefé.

Condições atuais e⁢ dificuldades⁣ nas operações

O Grupo‌ de Mamíferos Aquáticos​ recebeu‍ relatos sobre sete botos vermelhos presos em lagoas isoladas pela seca extrema. ‍Os baixos níveis d’água fecharam as bocas⁢ dos igarapés usados para capturas e monitoramento, obrigando a equipe a encerrar as operações antes do previsto. As⁢ ações planejadas incluíam ⁢avaliação clínica‍ completa dos animais⁢ e instalação de‌ transmissores ​satelitais nas nadadeiras ‍dorsais ​para ‌acompanhar seus movimentos durante o período crítico.

Miriam ressaltou que todos‌ os lagos ⁣e corpos d’água na Amazônia estão em níveis extremamente baixos, ‍colocando em risco​ a‌ sobrevivência desses mamíferos aquáticos que ficam encalhados ou presos em poços⁤ rasos.

Desafios no resgate ⁢dos golfinhos

Durante uma semana de trabalho intenso foi possível capturar apenas dois animais – uma fêmea adulta e um jovem macho – ambos aparentemente ⁣saudáveis após ⁤análises clínicas preliminares com coleta de ⁤sangue. O objetivo é retirar esses golfinhos​ das áreas isoladas com água parada para levá-los‌ até o Rio ​Solimões, ‍próximo⁢ ao ⁣final da ‍reserva​ Mamirauá.

Logística complicada

As comunidades ribeirinhas próximas estão isoladas devido à estiagem severa. Segundo relatos locais, ‌será necessário​ caminhar cerca de 18 minutos carregando​ equipamentos pesados para transportar os animais até o rio maior ‍por terra firme ou praia lamosa ainda não definida pelas equipes técnicas. O boto pode ⁤atingir até 2,5 metros de comprimento; portanto seu transporte exige várias pessoas devido ao⁤ estresse sofrido pelos mamíferos⁢ durante‌ esse processo.

Além disso, há pouco conhecimento sobre as‍ características exatas dessas⁤ lagoas onde os botos‍ estão retidos; por isso será basic ⁤contar com redes locais e apoio dos pescadores para facilitar a captura⁢ segura antes do transporte por macas até ⁣o Solimões.

Sinais preocupantes:​ alerta amarelo próximo ao vermelho

Miriam​ Marmontel ‌afirmou que ‍já estavam atentos à ‌situação desde antes das operações começarem; agora classificam como alerta amarelo muito‍ próximo do vermelho – ponto crítico vivido no ‌ano ⁤anterior -, pois as condições atuais se aproximam rapidamente daquele cenário marcado por ‍baixíssimos níveis d’água⁢ combinados com altas temperaturas prejudiciais aos golfinhos amazônicos.

Ações comunitárias destacadas no resgate

Em outra ação recente registrada pela plataforma Amazônia Latitude nas redes sociais foi divulgado um vídeo mostrando Edmar Lopes – ribeirinho local – salvando um ⁤boto encalhado no ‍Rio Madeira ⁤perto da cidade Humaitá (AM). Ele carregou o⁤ animal através do leito seco transformado quase numa praia temporária‌ devolvendo-o à água viva graças ao esforço pessoal ‍diante das adversidades impostas ⁢pela estiagem prolongada na região.

A publicação também reforça alertas mais amplos: pelo menos vinte municípios amazonenses decretaram situação emergencial devido à estiagem severa afetando diretamente cerca de 63 mil⁣ famílias além da fauna e flora locais – mudanças drásticas que‌ podem alterar⁣ permanentemente a vida na Amazônia se medidas urgentes não forem adotadas rapidamente.


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