sexta-feira, novembro 28, 2025
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Estudo revela uso descontrolado de IA na educação e busca por ética e segurança

Um estudo qualitativo realizado pelo ‌Cetic.br e pelo NIC.br investigou o uso da inteligência ⁢artificial (IA) ⁣por estudantes e⁢ professores do ensino médio em ​escolas‌ públicas e privadas de São Paulo e Pernambuco entre junho e agosto​ de⁤ 2025. A pesquisa revelou que a tecnologia é utilizada ​de forma indiscriminada, tanto para atividades escolares quanto para apoio⁢ emocional, sem orientação formal das instituições. Os resultados foram apresentados no ‌seminário INOVA IA ‌2025, no ⁤Rio de ‌Janeiro.

Uso intenso da IA por estudantes e‍ educadores

Os alunos⁢ fazem um uso amplo da IA, empregando-a desde pesquisas simples até suporte emocional.‍ Segundo Graziela Castello, coordenadora do estudo, ⁤os jovens‍ recorrem à ferramenta⁣ para diversas finalidades: pesquisar palavras, entender dores físicas ou emocionais, obter ​receitas ou lembretes, realizar anotações escolares, resumir conteúdos e até executar tarefas completas. Eles também ‌mencionam‌ o uso‍ da IA como terapeuta ou conselheiro informal.

Por sua vez, os professores utilizam ​a inteligência artificial principalmente na preparação de aulas​ e no apoio às atividades pedagógicas. Contudo, essa ‍utilização‍ ocorre sem‍ supervisão ou diretrizes claras das escolas. Tanto ​alunos ‌quanto educadores demonstram interesse em receber informações⁤ sobre o ⁤uso ético ​e⁣ seguro da tecnologia.

Riscos associados ao uso ⁣indiscriminado

A rápida inserção da IA na rotina escolar‍ trouxe preocupações importantes. Diferentemente do acesso à internet tradicionalmente mais⁣ gradual, a adoção intensa dessa tecnologia gerou receios entre os estudantes sobre possíveis impactos negativos como perda de criatividade ou dependência excessiva dos recursos digitais.

Graziela destaca que⁢ há um medo real entre os alunos de que o processo educativo se torne padronizado demais (“pasteurizado”), fazendo com que percam as nuances individuais do aprendizado. Já os professores reconhecem benefícios práticos -⁤ como redução das tarefas repetitivas e personalização dos conteúdos – mas ainda operam experimentalmente devido à falta de orientações formais.

Além disso, ambos grupos buscam esclarecimentos sobre quem‍ deveria fornecer essas informações essenciais para garantir uma formação ​adequada diante dos desafios impostos pela nova realidade tecnológica nas escolas.

Desigualdades no acesso à tecnologia

O levantamento apontou⁣ diferenças significativas entre as redes pública e‌ privada ‌no acesso aos recursos digitais necessários para aproveitar plenamente a inteligência artificial. Estudantes matriculados em instituições privadas‌ contam com computadores que facilitam o uso eficiente dessas ferramentas enquanto aqueles que dependem exclusivamente do ‍celular​ enfrentam limitações consideráveis.

Essa disparidade reforça desigualdades já existentes na⁤ infraestrutura digital⁤ brasileira podendo‌ ampliar ainda mais as diferenças nas oportunidades educacionais se não forem adotadas medidas corretivas adequadas.

Formação adequada para um uso consciente

O estudo enfatiza a necessidade urgente de ‍estabelecer regimentos internos nas escolas ‌com protocolos claros para orientar o emprego ‌responsável da IA garantindo segurança jurídica aos usuários‌ além do aprendizado ético dessa ‌nova ⁤ferramenta ​tecnológica.

Graziela ressalta também a importância do letramento digital aprofundado envolvendo compreensão sobre dados pessoais envolvidos nos processos tecnológicos bem como adaptação ao contexto ‌brasileiro específico:

“Tem uma série de enfrentamentos simultâneos porque ⁤essa coisa entrou muito rápido; ​é como⁢ trocar‍ a roda do carro enquanto ele está andando”, afirmou ela referindo-se à velocidade‍ com que essa transformação acontece dentro‍ das ‌instituições educativas brasileiras.

Outro ponto fundamental destacado é o desenvolvimento crítico dos alunos frente às informações geradas pela inteligência artificial: aprender a⁣ verificar dados corretamente evitando reproduzir erros ou vieses ‍presentes nessas ferramentas torna-se essencial nesse cenário emergente.

Conclusão

Diante desse ⁢panorama revelado pela pesquisa realizada⁤ pelo Cetic.br em parceria com NIC.br ‌fica claro que tanto ⁢estudantes quanto professores estão dispostos a aprender formas seguras e éticas ‍para utilizar inteligências artificiais na educação brasileira apesar dos desafios estruturais existentes atualmente principalmente relacionados ⁤às desigualdades tecnológicas entre redes públicas e privadas.
Para avançar nesse⁢ caminho é imprescindível investir em formação‌ continuada focada ⁢no letramento‍ digital aliado ao desenvolvimento⁤ crítico necessário diante dessas novas tecnologias disruptivas.Acompanhe​ as atualizações da matéria e outras​ reportagens relevantes ⁣no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!

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