A seca extrema que atinge a Amazônia brasileira em 2024 é a mais severa já registrada no país, com impactos significativos nos territórios amazonas/” title=”Inovações Tecnológicas e Regionalização: Como o Apoio Governamental Está Transformando a Saúde no …”>indígenas e um aumento expressivo dos incêndios florestais. Segundo o boletim “Amazônia à Beira do Colapso”, divulgado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), os focos de calor foram intensificados pela estiagem, resultando em um crescimento de até 80% nos incêndios neste ano. A situação preocupa especialmente devido ao avanço da seca sobre uma área equivalente ao tamanho da Itália, afetando milhares de famílias indígenas e comunidades na região.
Intensificação da seca extrema na Amazônia
em julho de 2023, a área atingida pela seca extrema era de aproximadamente 15 mil km² (1,5 milhão de hectares). Em contraste, este ano o fenômeno já alcança cerca de 315 mil km² (31 milhões de hectares), representando um aumento superior a 2000%. Essa expansão dramática compromete diretamente as condições ambientais e sociais nas Terras Indígenas.
Impactos nas Terras Indígenas
Atualmente, 149 Terras Indígenas estão sob condições graves ou extremas de seca. Destas, 42 territórios enfrentam situação crítica, caracterizada por escassez severa de água e rios praticamente secos em várias regiões. Essas áreas correspondem a mais da metade das terras indígenas na Amazônia brasileira e afetam diretamente mais de três mil domicílios indígenas, além das escolas e unidades básicas de saúde locais.Além disso, estados como Amazonas, Acre e Rondônia registram dificuldades para acesso à água potável e alimentação para centenas de milhares pessoas fora dos territórios indígenas tradicionais.
Focos de calor impulsionados pela estiagem
O boletim destaca que os focos ativos no bioma amazônico aumentaram significativamente devido à combinação entre altas temperaturas e falta d’água causada pela seca prolongada. Em agosto deste ano foram registrados cerca de 68 mil focos no Brasil,sendo que 50 mil deles concentraram-se na Amazônia,representando quase três quartos das áreas queimadas naquele mês.
Comparativo com anos anteriores
esse número representa um crescimento superior a 139% em relação ao mesmo período do ano passado quando foram contabilizados apenas 20 mil focos naquela região. As Terras Indígenas localizadas nos estados do Mato Grosso, Pará e Tocantins lideram o ranking com maior incidência desses pontos críticos.
Nível dos rios abaixo do esperado
Outro dado preocupante refere-se aos níveis hídricos: em julho deste ano foram identificados pelo menos 50 canais d’água ou rios com níveis inferiores aos mínimos históricos para o mês, principalmente no estado do Amazonas. Essa redução impacta diretamente as comunidades ribeirinhas e indígenas que dependem desses recursos naturais para sua sobrevivência diária.
Ações das comunidades indígenas contra os impactos climáticos
Segundo Vanessa Apurinã, gerente da Gerência Monitoramento Territorial Indígena (GEMTI) da Coiab: “Os povos indígenas são os primeiros afetados pelas mudanças climáticas mas também desempenham papel basic no combate aos incêndios”. Brigadas voluntárias formadas por esses grupos têm atuado como linha frente contra queimadas dentro dos seus territórios.
Para Toya Manchineri, coordenador-geral da Coiab: “Proteger as Terras indígenas é essencial não só para preservar a floresta mas também como estratégia eficaz contra os efeitos adversos do clima”. Ele reforça ainda a necessidade urgente do Estado brasileiro reconhecer oficialmente esse papel estratégico indígena diante dessa emergência ambiental crescente.
Diante desse cenário alarmante causado pela pior seca já registrada na história recente brasileira aliada ao aumento expressivo dos incêndios florestais na Amazônia é fundamental fortalecer políticas públicas voltadas à proteção territorial indígena bem como ampliar ações integradas para mitigação dos efeitos climáticos extremos nesta região vital para o equilíbrio ambiental global.
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