sexta-feira, novembro 28, 2025
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Notícias do Amazonas – Artesãs indígenas desfilam criações de Maurício Duarte em NY e Milão

Peças confeccionadas por artesãs indígenas do Amazonas, integrantes do projeto “Parentas que Fazem”, ganharam destaque nas passarelas internacionais durante as semanas de moda em Nova York e Milão, realizadas em setembro. As criações fazem parte da coleção ‘Muiraquitã’, assinada pelo estilista manauara Maurício Duarte, do povo Kaixana, que tem se destacado no cenário da moda autoral brasileira ao unir elementos naturais da Amazônia com técnicas tradicionais indígenas.

Coleção Muiraquitã e o protagonismo das artesãs indígenas

As peças da coleção ‘Muiraquitã’ foram produzidas por artesãs vinculadas a quatro associações indígenas: Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro – numiã Kura (AMARN), Associação das mulheres Indígenas Sateré-Mawé (AMISM), Associação de Mulheres Indígenas da Região do Alto Rio Negro (AMIARN) e Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da cachoeira (ASSAI). Utilizando fibras naturais como tucum – extraída de uma palmeira amazônica – buriti, escamas de pirarucu e sementes de açaí, as criações combinam sofisticação com a valorização cultural dos povos originários.

Participação internacional e reconhecimento

No dia 11 de setembro, Maurício Duarte apresentou sua nova coleção em um desfile realizado em Nova York. Logo após,seguiu para Milão onde participou de um showroom para marcas internacionais. Uma faixa feita com fibra natural arumã chamou atenção especial ao ser usada pela modelo Naomi Campbell durante o evento milanês. O estilista destacou nas redes sociais sua satisfação em levar a arte indígena para essas importantes vitrines globais e agradeceu às mulheres envolvidas no projeto Parentas que Fazem pela parceria na produção das peças.

Projeto Parentas que Fazem: fortalecimento cultural e econômico

O projeto Parentas que Fazem é implementado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com apoio do Google.org, além da parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Makira-E’ta – Rede de Mulheres Indígenas do Amazonas. A iniciativa promove intercâmbio entre saberes ancestrais e técnicas contemporâneas por meio das oficinas conduzidas pelo estilista junto às comunidades indígenas.

Troca cultural nas aldeias

Maurício Duarte participou ativamente dessas ações ao ministrar oficina sobre teçume na aldeia Yabi, pertencente ao povo Baré em São Gabriel da Cachoeira. Lá ele trocou experiências diretamente com as artesãs locais. Também visitou a sede AMARN em Manaus para conhecer melhor os processos gráficos aplicados à fibra tucum utilizada na confecção das peças.

valorização dos saberes ancestrais na moda autoral

A coleção leva o nome Muiraquitã – amuleto indígena símbolo proteção – reforçando o compromisso com a preservação cultural dos povos originários através da moda colaborativa. Segundo Maurício Duarte, essa produção deve nascer protegida para garantir prosperidade aos envolvidos nesse processo coletivo.

Rosa dos Anjos, coordenadora da agenda Indígena na FAS e membro do povo Mura destaca que essa parceria tem sido essential para fortalecer os conhecimentos tradicionais enquanto valoriza economicamente as mulheres artesãs envolvidas no projeto:

“O Maurício é um talento promissor que está elevando nossa cultura à visibilidade nacional e internacional ao escolher peças feitas pelas nossas ‘parentas’ para seu desfile”, afirma Rosa.


A Fundação Amazônia Sustentável atua há 16 anos promovendo desenvolvimento sustentável na região amazônica; já registrou aumento significativo na renda familiar beneficiada pelo programa além redução expressiva no desmatamento local. A Coiab representa mais amplamente os direitos territoriais culturais dos povos indígenas nos nove estados amazônicos brasileiros enquanto Makira E’ta fortalece o protagonismo feminino indígena especialmente nas comunidades mais vulneráveis às políticas públicas estaduais ou municipais.Conclusão

O sucesso internacional alcançado pelas criações feitas pelas mulheres indígenas dentro do projeto “Parentas que Fazem” evidencia não só o valor artístico dessas produções como também reforça sua importância social econômica dentro das comunidades amazônicas. Essa união entre tradição ancestral e inovação autoral abre caminhos promissores tanto para os povos originários quanto para toda cadeia produtiva ligada à cultura regional.Acompanhe as atualizações da matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!

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