Indigenista e jornalista britânico foram vítimas de homicídio na região do Vale do Javari, extremo oeste do Amazonas há três anos
O Ministério Público Federal (MPF) tem intensificado as ações para viabilizar a criação e manutenção de um espaço de memória em homenagem ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista britânico Dom Phillips, assassinados há três anos no Vale do Javari, localizado no extremo oeste do Amazonas. A iniciativa busca preservar a memória das vítimas e garantir direitos fundamentais relacionados à verdade e à dignidade.
Esforços do MPF para garantir justiça e memória
A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) acompanha atentamente as medidas adotadas pela União para cumprir as determinações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Essas medidas cautelares visam assegurar direitos constitucionais essenciais, como o acesso à informação, a preservação da cultura local, além da cidadania plena das comunidades afetadas.
Reuniões virtuais com órgãos federais estão em curso para consolidar o espaço de memória dedicado às vítimas. Recentemente, representantes da PRDC se reuniram com procuradores da República em Tabatinga – município que atende diretamente a região onde ocorreram os crimes – para coletar informações relevantes. Está prevista também a participação futura dos familiares nas discussões sobre o desenvolvimento e manutenção desse memorial.
Contexto dos assassinatos no Vale do Javari
No dia 5 de junho de 2022, Bruno Pereira e Dom Phillips foram brutalmente assassinados próximo à Terra Indígena Vale do Javari, em Atalaia do Norte (AM). Na época, Dom trabalhava na elaboração de um livro voltado à preservação da Floresta Amazônica.Ele estava acompanhado por Bruno Pereira que havia organizado entrevistas com lideranças indígenas locais.
Bruno Pereira era uma referência nacional na proteção aos indígenas isolados voluntariamente. Servidor público efetivo da Fundação Nacional do Índio (Funai),atuava também como consultor junto à União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Devido ao seu compromisso com os povos tradicionais e o meio ambiente, sofria ameaças constantes por parte de garimpeiros ilegais, madeireiros clandestinos e pescadores não autorizados.
Já Dom Phillips possuía vasta experiência internacional como jornalista colaborador em veículos renomados como The Guardian, Washington Post e Financial times. Residente no Brasil há mais de 15 anos, investigava desmatamento ilegal e outras atividades criminosas na Amazônia quando foi morto enquanto coletava dados para seu livro no Vale do Javari.
Acusação dos envolvidos
Os acusados pelo homicídio alegam legítima defesa conforme declaração divulgada por seus advogados. O caso segue sob investigação pelas autoridades competentes enquanto o MPF reforça sua atuação tanto judicial quanto social visando justiça às vítimas.
Conclusão
A criação deste espaço memorial representa um passo importante nas ações pela valorização da vida indígena e pela proteção ambiental na região amazônica. É fundamental que a sociedade acompanhe esses esforços para fortalecer os direitos humanos no Amazonas.
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