Ateliê 23 concorreu em cinco categorias na premiação da Academia de Artes no Teatro do Brasil
O espetáculo “Sebastião”, do Ateliê 23, foi eleito Melhor Elenco pelo Prêmio Cenym de Teatro Nacional 2025, honraria anual da Academia de Artes no Teatro do Brasil (ATEB) que reconhece a excelência do teatro brasileiro. A companhia amazonense também concorreu nas categorias Melhor Companhia de Teatro, Melhor Qualidade Artística de Produção, Melhor Figurino e Melhores Adereços e Objetos de Cena.
“É a primeira vez que o Ateliê 23 ganha um prêmio de ‘Melhor Elenco’ e estamos muito emocionados porque é um prêmio de atuação. Ficamos felizes de receber esse retorno dos votantes, isso mostra que não importa o tempo de experiência, o que importa é o que se vê em cena e o elenco do ‘Sebastião’ está alinhado, trabalhando junto”, afirma Taciano Soares, diretor do Ateliê 23 e da obra, em parceria com Eric Lima.
“Isso é resultado de trabalho coletivo, não só do elenco de atores, mas o elenco de musicistas, a equipe de iluminação, de produção, de comunicação, de direção, todos e todas muito inteiros e integrados. É honra receber um prêmio desse no mês que completamos um ano em cartaz, depois de sete festivais, seis cidades, é o terceiro prêmio do ‘Sebastião’”, completa o intérprete da personagem Carmencita.
Um ano de temporada e circulação nacional
Em novembro, “Sebastião” completa um ano em temporada. Inspirada no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, do estilista Bosco Fonseca, a montagem marcou presença na Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília e no Festival de Curitiba 2025.
Em junho, integrou a Mostra Todos os Gêneros, no Itaú Cultural; em agosto encerrou a primeira Mostra de Teatro Águas de Manaus; em setembro foi atração do festival #SouManaus Passo a Paço 2025; e em novembro esteve no Festival Joana Velha, no Mato Grosso.
O espetáculo também venceu duas categorias na Mostra Competitiva Jurupari Adulto, no 19º Festival de Teatro da Amazônia: Melhor Som ou Trilha Sonora e Melhor Ator para Taciano Soares. Sucesso de público e crítica, recebeu ainda indicações em Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Dramaturgia, Melhor Figurino, Melhor Visagismo/Maquiagem e Melhor Ator para Eric Lima.
“Nosso objetivo sempre foi fazer jus as histórias e as pessoas da nossa comunidade. É um sonho realizado poder fazer parte disso”, comenta o ator José Holanda, que vive Sebastiane na peça.
Reconhecimento da Academia
A indicação ao Prêmio Cenym ocorre por votação de profissionais da Academia, formada por artistas e técnicos do teatro brasileiro.
“É muito bonito ver um processo nascer, crescer e ganhar o mundo como o ‘Sebastião’ e o melhor ainda é participar dele. Me orgulha muito ver que esse espetáculo vem abrindo debates sobre as nossas vivências LGBTQIAPN+, ainda mais em um país que lidera há anos a lista dos mais homofóbicos do mundo, e quando o Brasil percebe o espetáculo, ele olha para as suas vítimas e tenta dialogar com elas, tenta entender as suas necessidades e suas histórias”, pontua o ator Elias DiFreitas.
Essa é a segunda vez que o Ateliê 23 representa o Amazonas no prêmio. Em 2023, a companhia venceu Melhor Companhia, e o espetáculo “Cabaré Chinelo” levou Melhor Figurino, além de indicação em Melhor Elenco.
Narrativas, memória e música em cena
Foto: Divulgação
“Sebastião” revisita memórias da década de 1970, a partir do Bar Patrícia, com números musicais e depoimentos sobre violências diversas. A obra reconta a história de São Sebastião como símbolo da comunidade LGBTQIAPN+. A classificação indicativa é de 16 anos.
“A linguagem de ‘Sebastião’ é para adultos, teatro musicado, de denúncia, ao mesmo tempo o contexto de um bar onde se narra o mito de Sebastião, fala sobre homossexualidade e as dores que Sebastião viveu e se tornou mártir e, que até hoje, na contemporaneidade, ainda continuamos vivendo. São temas muito sensíveis”, comenta Taciano Soares.
A trilha sonora está disponível nas plataformas de áudio, com quatro músicas: “Toda La Noche”, “Baby Gay”, “Sou Todo Amor” e “Glowria”.
A banda atual do espetáculo conta com Zanisk e Luana Aranha (baixo e beats), Mady (guitarra) e Bruno Rodriguez (teclado). O produtor musical Guilherme Bonates integrou as primeiras temporadas e assinou produção e direção musical com Eric Lima e Taciano Soares. Toda a banda colaborou com os arranjos.
A dramaturgia é assinada por Daphne Pompeu, Eric Lima e Taciano Soares. A assistência de direção fica por conta de Emily Danali e Andira Angeli, enquanto Lacruz assina a assistência de produção. A iluminação é de Lore Cavalcanti e Paulo Martins, e a assessoria de imprensa é de Manuella Barros.
O projeto é uma realização do Ateliê 23, com apoio do Itaú Cultural, via Programa Rumos; Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da UEA; e Ministério da Cultura, por meio da Funarte.
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