Transferência de Daniel Vorcaro ocorre em meio a bloqueio bilionário e desdobramentos da investigação da PF sobre supostas fraudes envolvendo carteiras de crédito
O banqueiro Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, foi removido pela Polícia Federal para uma unidade prisional em Guarulhos (SP) nesta segunda-feira (24). Ele estava sob custódia desde 18 de novembro, quando a PF desencadeou a Operação Compliance Zero, ofensiva que apura suspeitas de irregularidades em negociações de carteiras de crédito conduzidas por setores ligados ao grupo financeiro.
Enquanto Vorcaro foi transferido, dois outros investigados de alto escalão — Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, apontado como um dos sócios, e Augusto Ferreira Lima, ex-CEO do Master — seguem detidos na Superintendência da PF, na capital paulista.
No mesmo dia da transferência, a defesa de Vorcaro ingressou com um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na tentativa de reverter a prisão preventiva. Os advogados alegam que o executivo não representa risco atual à ordem econômica, visto que já foi afastado da direção do banco e está impedido de movimentar bens ou valores por decisão da Justiça Federal, que determinou o bloqueio de R$ 12 bilhões. A equipe jurídica sustenta que não há elementos que justifiquem a manutenção da medida cautelar.
Além de Vorcaro, outras seis pessoas foram presas na operação
Entre elas estão:
Luiz Antônio Bull, diretor responsável pelas áreas de Riscos, Compliance, Recursos Humanos, Operações e Tecnologia;
Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria;
Henrique Souza e Silva Peretto, sócio da Cartos Fintech, que recebeu liberdade na quinta-feira (20/11).
Também foi solto na mesma data André Felipe de Oliveira Seixas Maia, diretor da empresa Tirreno. Já os executivos Ângelo Antonio e Augusto Ferreira Lima permanecem sob custódia federal.
A ofensiva da PF ainda resultou na apreensão de um conjunto expressivo de bens. Entre os materiais recolhidos estão veículos de luxo, obras de arte, relógios avaliados em alto padrão e aproximadamente R$ 1,6 milhão em espécie, encontrados durante buscas autorizadas judicialmente. Paralelamente às prisões, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 12,2 bilhões vinculados a pessoas físicas e jurídicas associadas ao grupo, medida considerada um dos maiores congelamentos de ativos recentes em investigações financeiras no país.
