Entidade leva denúncia à CIDH e pressiona Congresso sobre penas dos réus de 8 de Janeiro
A Associação de Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav) apresentou, nesta semana, uma denúncia formal à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em Miami (EUA), contra as práticas do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento dos réus e presos pelos atos de 2023.
Segundo a Asfav, o STF estaria aplicando penas desproporcionais e elevadas a cidadãos por “pensarem diferente” do atual governo.
Relato da presidente da Asfav
A presidente da associação, Gabriela Ritter, emocionou-se ao relatar o impacto pessoal do caso. Ela disse que precisou viver em outro país, o que a impede de rever o pai.
“Assim como a minha, mais de duas mil famílias vivem a perseguição política do juiz Alexandre de Moraes”, afirmou, em espanhol, para uma plateia internacional na universidade local.
A Asfav pediu intervenção urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA), da CIDH e do Governo dos Estados Unidos para interromper o que classificou como violações de direitos humanos.
“Por favor, ajudem o povo brasileiro”, concluiu.
Repercussão no Brasil
Enquanto isso, no Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou na segunda-feira que o chamado “PL da Dosimetria” — projeto que propõe reduzir penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro — voltou ao debate no Congresso Nacional.
Segundo Motta, a oposição está mobilizada e pretende discutir o texto nos próximos dias, após a apresentação do parecer do relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
A Asfav enviou ao relator um dossiê de mais de mil páginas com relatos e documentos sobre as alegadas violações de direitos humanos.
*Com informações da Gazeta do Povo
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