Governador do Amazonas classificou como desproporcional a prisão preventiva do ex-presidente.
Manaus (AM) – O governador do Amazonas, Wilson Lima, criticou neste sábado (22) a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, realizada pela Polícia Federal em Brasília. Em publicação nas redes sociais, o governador afirmou que “a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro é desproporcional e desnecessária. O Brasil precisa de equilíbrio, serenidade e pacificação. Que essa decisão seja revista o quanto antes”, escreveu.
A prisão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a PF relatar que Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica por volta da meia-noite deste sábado, supostamente para facilitar uma fuga. O ministro também citou a convocação de uma vigília em frente à residência do ex-presidente — ato promovido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) — como fator que poderia gerar tumulto e favorecer uma eventual evasão.
Viaturas descaracterizadas chegaram ao condomínio no Jardim Botânico ainda de madrugada. Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF e chegou ao local por volta das 6h35. A ordem de Moraes determinou que não houvesse uso de algemas nem exposição pública do ex-presidente.
O ministro ressaltou ainda que o Centro de Monitoração Integrada do Distrito Federal registrou violação no equipamento eletrônico usado por Bolsonaro, reforçando a suspeita de tentativa de fuga. O documento menciona também que Alexandre Ramagem, condenado no mesmo processo, deixou o país rumo a Miami com o objetivo de evitar o cumprimento da pena.
Bolsonaro está condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo núcleo golpista investigado pelo STF. Apesar disso, a prisão realizada neste sábado é preventiva — ainda não se trata da execução da pena. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto por descumprir medidas cautelares, como o uso da tornozeleira e a proibição de utilizar redes sociais direta ou indiretamente.
Moraes determinou que a audiência de custódia seja realizada neste domingo (23), por videoconferência, na Superintendência da PF. O ministro também ordenou que Bolsonaro receba atendimento médico integral e estabeleceu que todas as visitas sejam previamente autorizadas pelo STF, com exceção de advogados e da equipe médica.
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