quinta-feira, novembro 20, 2025
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Emergência na orla expõe atrasos e incertezas em Parintins

Mesmo com repasses federais milionários, obras de contenção avançam lentamente e deixam moradores sob risco contínuo

A prefeitura de Parintins oficializou, por meio do Decreto nº 130/2025-PGMP, uma situação de emergência na orla do município, evidenciando a gravidade do avanço da erosão fluvial e a pressão sobre o governo local. A decisão veio à tona ao mesmo tempo em que o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) divulgou novos dados sobre o andamento das obras de contenção, revelando que o ritmo está muito aquém do necessário para enfrentar o problema que ameaça bairros inteiros.

Segundo o MIDR, foram liberados neste mês mais R$ 24 milhões referentes ao convênio firmado com o município, cujo valor total chega a R$ 60 milhões. Apesar dos repasses, o projeto do Muro de Contenção — que deveria estabilizar 2,16 quilômetros de área crítica — alcançou apenas 33,58% de conclusão até setembro. O índice reforça a discrepância entre os recursos disponibilizados e a velocidade real das intervenções, alimentando preocupações sobre planejamento, execução e transparência na utilização do dinheiro público.

O próprio decreto municipal reconhece a severidade do quadro ao mencionar que os desbarrancamentos vêm interrompendo ruas, comprometendo o fluxo urbano e colocando diretamente em risco residências e equipamentos públicos. A administração afirma que as medidas emergenciais são indispensáveis, mas a morosidade na obra principal contrasta com a urgência descrita nos documentos oficiais.

FOTO: Orla de Parintins

A situação se torna ainda mais delicada diante da proximidade do fim do prazo do convênio com o MIDR, cuja vigência termina em dezembro de 2025. Com apenas um terço dos serviços executados, a possibilidade de entrega total dentro do período estipulado está ameaçada. Moradores das áreas ribeirinhas e urbanas seguem convivendo com medo de novos deslizamentos, enquanto especialistas apontam que qualquer atraso adicional pode ampliar danos ambientais e sociais.

Sem avanços consistentes, cresce a pressão sobre a gestão do prefeito Mateus Assayag para que apresente respostas objetivas sobre a execução financeira, o cronograma de retomada e as ações previstas para impedir que a orla continue cedendo. A população, por sua vez, espera que a declaração de emergência resulte em medidas concretas — e não apenas em mais um indicador das fragilidades na condução das obras públicas do município.

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