O rapper iraniano Toomaj Salehi foi libertado da prisão em 1º de dezembro, após cumprir uma pena de um ano por manifestações contra o regime do Irã. A informação foi divulgada pela agência Mizan, vinculada ao judiciário iraniano, na manhã desta segunda-feira (2). Salehi havia sido condenado à morte em abril por um tribunal revolucionário devido a acusações relacionadas à agitação no país entre 2022 e 2023, mas a Suprema Corte do Irã revogou essa sentença em junho.
Libertação de Toomaj Salehi e contexto da condenação
Toomaj Salehi ganhou notoriedade por suas músicas que apoiavam os protestos desencadeados após a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos que faleceu sob custódia policial.Amini havia sido detida por supostamente usar um hijab considerado “impróprio” segundo o código islâmico vigente no país. Sua morte provocou uma onda massiva de manifestações contra o governo clerical do Irã.
Salehi foi preso em outubro de 2022 depois que fez declarações públicas favoráveis aos protestos espalhados pelo território iraniano. O rapper enfrentava graves acusações ligadas à instabilidade social ocorrida durante esse período turbulento.
Protestos e reação internacional
Os protestos motivados pela morte de Mahsa Amini representaram o maior desafio aos líderes religiosos da república Islâmica nas últimas décadas. Em março deste ano, uma missão das Nações unidas concluiu que a morte da jovem foi ilegal e resultou de “violência física sob custódia das autoridades estatais”. Além disso,o relatório destacou que as mulheres no Irã continuam sofrendo discriminação sistemática.
A anulação da pena capital imposta a Salehi pela Suprema Corte refletiu pressões internas e externas diante do cenário político delicado vivido pelo país nos últimos meses.
Impacto das canções e liberdade condicional
As composições musicais do rapper foram fundamentais para dar voz às demandas dos manifestantes contrários ao regime autoritário.Sua libertação marca um momento importante para os defensores dos direitos humanos dentro do Irã, embora ainda haja muitos desafios para garantir liberdade plena aos opositores políticos.
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