A seca prolongada e intensa de 2024 atingiu uma área extensa no Brasil,afetando diretamente o nível dos rios na Amazônia e no Pantanal.Em Manaus, o Rio Negro chegou a diminuir até 26 centímetros por dia, um índice que supera em dobro a média histórica para os meses de agosto e setembro. segundo o coordenador do Sistema de Alerta Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB), artur Matos, embora secas já tenham ocorrido em anos anteriores, nunca com essa dimensão territorial simultânea.
Impacto da seca nos rios da Amazônia e pantanal
O monitoramento realizado pelo SGB revela que muitos rios registraram níveis mínimos históricos ou estão próximos de bater recordes negativos. A área afetada pela estiagem se estende desde o Rio Araguaia,em Goiás,passando pelo Pantanal e pelas regiões sudoeste e centro da Amazônia até Tabatinga (AM),cidade localizada na fronteira com Peru e Colômbia.
Artur Matos destaca que “secas anteriores foram mais severas em pontos isolados”, mas nunca houve uma extensão tão ampla atingida ao mesmo tempo. Essa situação inédita preocupa especialmente devido à importância desses corpos d’água para o equilíbrio ambiental regional.
Queda acelerada do Rio Negro em Manaus
Em Manaus, a redução diária no nível do Rio Negro chegou a 26 centímetros no pico registrado em 16 de setembro. Normalmente, essa oscilação negativa é cerca de 13 centímetros por dia nessa época do ano. No entanto, durante este ano as quedas superaram esse valor diversas vezes; por exemplo, no dia 25 de setembro houve uma diminuição diária de 19 centímetros.
Essa queda rápida tem sido descrita como “queda livre” pelo coordenador Artur Matos devido à velocidade incomum da redução dos níveis das águas na capital amazonense.
Recorde negativo histórico no Rio Solimões em Tabatinga
No extremo oeste do Amazonas, na cidade fronteiriça de Tabatinga (AM), o Rio Solimões também sofreu impactos severos pela estiagem prolongada. O nível mínimo registrado neste ano foi quase três vezes maior negativamente que a mínima histórica anterior registrada em 2010 (-86 cm). Em 2024 foi detectado um recuo impressionante: -2 metros e 26 centímetros.
Segundo Artur Matos, esse valor é inédito para aquela região: “Nunca havia sido registrado algo assim”.
Conclusão
A seca extrema deste ano tem causado efeitos sem precedentes nos principais rios da região amazônica brasileira. A situação exige atenção contínua das autoridades ambientais para mitigar os impactos sobre as populações ribeirinhas e ecossistemas locais.
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