Um estudo recente da ONG WWF-Brasil aponta que quatro bacias hidrográficas na Amazônia, onde há territórios indígenas ameaçados pelo garimpo ilegal, apresentam um risco elevado de contaminação por mercúrio acima dos níveis considerados seguros. A análise foi realizada com base em dados do Observatório do Mercúrio e um modelo probabilístico desenvolvido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos,indicando que mais da metade das sub-bacias avaliadas enfrenta um risco extremamente alto. Essas informações são fundamentais para compreender os impactos ambientais e sociais na região.
Risco de contaminação por mercúrio nas bacias amazônicas
O estudo identificou as bacias dos rios Tapajós (abrangendo Pará, Mato Grosso e Amazonas), Xingu (Pará e Mato Grosso) e os rios Mucajaí e Uraricoera, localizados no norte de Roraima – área habitada pelo povo yanomami – como as principais regiões sob ameaça. As concentrações de mercúrio tendem a ser menores nas cabeceiras desses rios,aumentando progressivamente ao longo do seu curso. Esse metal pesado se acumula na cadeia alimentar, especialmente em peixes consumidos pelas comunidades locais.
Modelo probabilístico para avaliação ambiental
A projeção do risco foi feita a partir de um modelo estatístico que utiliza dados sobre a distribuição e o acúmulo do mercúrio nessas áreas. Segundo Vitor Domingues, analista ambiental responsável pelo estudo da WWF-Brasil, a escassez de dados amostrais é um desafio significativo para análises precisas; por isso houve necessidade de projetar os resultados com base no modelo adotado. O levantamento revela que grande parte das sub-bacias não atende aos padrões estabelecidos pela legislação ambiental brasileira vigente.Impactos sociais e recomendações para monitoramento
A presença elevada de mercúrio representa uma ameaça direta à saúde das populações indígenas afetadas pelo garimpo ilegal na amazônia. O metal pode causar sérios danos neurológicos quando ingerido em níveis elevados via consumo regular dos peixes contaminados. Diante disso, o estudo recomenda a implementação urgente de sistemas mais adaptados às condições específicas das diferentes sub-regiões amazônicas para monitoramento contínuo da qualidade ambiental.
além disso,sugere-se a criação de uma plataforma integrada com informações atualizadas para apoiar ações governamentais eficazes no combate à contaminação por mercúrio e proteção dos territórios indígenas ameaçados.
Conclusão
O avanço do garimpo ilegal tem colocado em risco não apenas o meio ambiente mas também as comunidades tradicionais da Amazônia devido à contaminação por mercúrio detectada nas principais bacias hidrográficas da região. É fundamental intensificar o monitoramento ambiental aliado ao fortalecimento das políticas públicas voltadas à preservação desses ecossistemas vitais.
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