sexta-feira, novembro 7, 2025
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STF Avalia Vínculo Empregatício em Debate sobre “Uberização” do Trabalho

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o⁢ julgamento que discute a validade do vínculo empregatício entre motoristas e ⁤entregadores de‌ aplicativos, tema‍ conhecido como “uberização” ‍das relações de trabalho. As primeiras sustentações ‌orais foram apresentadas na quarta-feira ⁤(1º),​ mas‍ a data para⁣ votação ainda não ‌foi definida pela Corte. A decisão terá impacto em cerca de 10 mil processos aguardando posicionamento do​ plenário.

Julgamento no STF sobre a “uberização”‌ das relações de trabalho

O STF analisa duas ações relatadas‍ pelos ministros Edson‍ Fachin e alexandre de Moraes, originadas por recursos apresentados pelas⁢ plataformas Rappi e Uber. Essas empresas contestam decisões da Justiça ⁤do Trabalho que reconheceram o vínculo empregatício com os motoristas ‍e entregadores.

Defesa das plataformas digitais

Durante a‍ sessão, o ‌advogado⁤ Márcio Eurico Vitral Amaro representou o Rappi, argumentando‍ que a empresa atua como uma⁣ plataforma⁤ digital que​ conecta quem oferece ⁤serviços aos consumidores, sem estabelecer relação direta ‌com os entregadores. Segundo ele, as entregas são ‌realizadas por profissionais⁤ autônomos.

Ele ressaltou: “Não há relação de emprego‍ no caso. Não existem os pressupostos legais para‌ caracterizar vínculo empregatício, especialmente a subordinação.”

A advogada Ana Carolina Caputo bastos defendeu ⁣a Uber afirmando que ela é uma empresa tecnológica responsável apenas pela intermediação ⁣entre usuários ⁤e⁢ motoristas ⁤autônomos. Ela alertou para possíveis impactos negativos ⁢caso seja reconhecido o⁢ vínculo:

  • Redução em 52% dos postos de trabalho;
  • Aumento médio de 34% no preço das corridas;
  • Queda de 30,7% na renda total ⁤dos motoristas.

Posição dos trabalhadores sobre ​precarização

Gustavo Ramos,representante da Associação dos Trabalhadores​ por Aplicativo Motociclistas⁣ do Distrito ⁤Federal Entorno ⁤(Atam-DF),destacou as condições precárias enfrentadas pelos ‍profissionais da ⁣categoria. Ele criticou a criação ⁣potencialmente injusta de uma “casta” sem direitos ⁢trabalhistas garantidos.Ramos ‍apontou problemas⁤ graves como:

  • Alta ⁤incidência de acidentes envolvendo motoristas;
  • Baixa contribuição previdenciária – apenas 1% recolhe INSS;
  • Remuneração instável com ​taxas elevadas cobradas pelas plataformas ⁤(até 60%);
  • Custos totais com veículos assumidos pelos próprios trabalhadores.

Propostas defendidas pelo governo federal

O advogado-geral da‍ União, Jorge Messias, também participou do julgamento defendendo direitos básicos aos‌ prestadores desses serviços digitais.‍ Entre as propostas estão:

  • Regulamentação pelo Congresso Nacional para instituir piso⁣ salarial ‍específico;
  • Limites nas horas conectadas às plataformas;
  • Recolhimento obrigatório das contribuições previdenciárias;
  • Seguro⁤ vida e garantia à representação sindical;
  • Espaços adequados para descanso durante jornadas longas.

Messias enfatizou ​ser fundamental ‌garantir‌ proteção contratual e social aos‍ trabalhadores sem prejudicar o ambiente inovador ‌criado pelas tecnologias digitais nem ‌reduzir oportunidades econômicas geradas pelo setor.

Impacto esperado‍ da⁤ decisão judicial

A definição final do STF influenciará milhares de processos espalhados ​pelo ‍país‌ relacionados ao ‌reconhecimento ou não⁢ do​ vínculo empregatício entre aplicativos e seus colaboradores independentes. ‍O resultado ​poderá alterar profundamente as regras aplicáveis ao mercado digital brasileiro em expansão acelerada nos últimos anos.

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