O aposentado francês Dominique Pelicot foi condenado a 20 anos de prisão por drogar sua ex-esposa para que outros homens a estuprassem.A sentença, divulgada em 19 de junho, considerou-o culpado de todos os crimes imputados, incluindo estupro agravado, pelo qual admitiu responsabilidade. Além dele, outras 50 pessoas também foram condenadas por participação nos abusos contra Gisèle Pelicot.
Condenações e penas aplicadas
O tribunal francês julgou 50 dos homens acusados de terem cometido estupros contra Gisèle com o consentimento do aposentado. Desses réus, 46 foram considerados culpados de estupro, dois por tentativa de estupro e dois por agressão sexual. As penas variam entre três e vinte anos de prisão.
Descoberta do caso
O caso veio à tona em 2020 após uma denúncia contra Dominique Pelicot por tentar filmar partes íntimas de mulheres em um supermercado.Durante as investigações, a polícia encontrou milhares de fotos e vídeos da esposa do acusado inconsciente enquanto era abusada na residência da família.Oferta dos abusos pela internet
Ao aprofundar as buscas no computador do aposentado, os investigadores descobriram que ele oferecia sexo com sua esposa através de um site específico. Foram identificadas diversas conversas entre Dominique e homens que aceitaram o convite para participar dos atos sexuais não consensuais.Os envolvidos tinham idades entre 21 e 68 anos e sabiam que Gisèle estaria inconsciente durante os encontros.
Número total dos crimes
Foram contabilizados ao todo 92 estupros cometidos por cerca de 72 homens ao longo da década entre 2011 e 2020. Destes participantes,apenas cinquenta foram identificados formalmente pelas autoridades.
Renúncia ao anonimato pela vítima
Apesar da gravidade das circunstâncias, Gisèle decidiu abrir mão do anonimato durante o julgamento para que o processo fosse público. Essa atitude gerou admiração devido à exposição das provas audiovisuais nas sessões judiciais – milhares delas mostravam a vítima sendo abusada repetidamente – além das acusações feitas contra ela como suposta cúmplice do marido.
Depoimentos emocionantes no tribunal
Gisèle relatou sentir-se humilhada pelas acusações infundadas sobre seu caráter: “Desde minha chegada aqui sou chamada alcoólatra e cúmplice dele”, afirmou ela ressaltando ter ficado em coma comprovadamente pelos vídeos apresentados aos especialistas presentes no julgamento – todos eles surpresos com as imagens exibidas.
A vítima questionou ainda a defesa utilizada pelos réus: “Estupro é questão temporal? Três minutos ou uma hora? Se fosse mãe ou irmã deles teriam essa mesma justificativa? Vieram me violentar independentemente do tempo decorrido”, declarou emocionada perante o tribunal.
defesas apresentadas pelos acusados
Durante o julgamento alguns réus assumiram culpa; entretanto a maioria negou envolvimento criminoso alegando acreditar tratar-se apenas um jogo sexual consensual organizado pelo casal ou argumentando que não haveria crime pois contariam com autorização do marido para manter relações sexuais com Gisèle enquanto inconsciente.
Posicionamento final de Dominique Pelicot
Dominique Pelicot atualmente com setenta e dois anos negou ter enganado os demais envolvidos afirmando que todos sabiam exatamente suas ações: “Sou um estuprador como qualquer outro nesta sala”, declarou ele durante as audiências finais.
Conclusão
Este caso chocante revela uma série complexa e perturbadora envolvendo abuso prolongado sob consentimento forjado na França. A condenação exemplar reforça a importância da justiça atuar rigorosamente diante desses crimes graves para proteger vítimas vulneráveis.Acompanhe as atualizações da matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!