sexta-feira, outubro 24, 2025
InícioManausNotícias do Amazonas - ONGs buscam anulação de licença da Petrobras para...

Notícias do Amazonas – ONGs buscam anulação de licença da Petrobras para perfuração na Foz do Amazonas

oito organizações de movimentos ambientalistas,indígenas,quilombolas⁣ e ‍de ⁢pescadores artesanais entraram⁢ com uma ação na Justiça Federal do Pará,no dia​ 22,contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),a Petrobras e a União.⁢ O grupo solicita a anulação da licença ambiental concedida pelo Ibama ​para o Bloco FZA-M-59, que autoriza a Petrobras ⁤a iniciar perfurações para extração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas.

Licença ambiental contestada por entidades

A licença foi⁣ emitida pelo Ibama em ⁣20 de setembro, e a Petrobras informou que iniciou imediatamente⁤ as atividades de perfuração. As organizações pedem uma liminar para suspender os ‍trabalhos devido aos riscos considerados irreversíveis⁣ ao meio ambiente.

Entidades envolvidas na ação

A ação foi protocolada na ⁢9ª Vara⁤ Federal de Belém pelas seguintes entidades: Articulação dos Povos Indígenas do⁤ Brasil (Apib), Coordenação das Organizações Indígenas da‍ Amazônia Brasileira (coiab), Coordenação⁢ Nacional das Comunidades Negras ⁣Rurais Quilombolas (Conaq), Comissão Nacional das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (Confrem), Greenpeace Brasil, Instituto⁢ Arayara, Observatório ⁢do Clima e WWF-Brasil.

Defesa do Ibama‌ e da Petrobras

O Ibama ⁣afirma que o licenciamento seguiu um rigoroso processo, incluindo Estudo de ⁢Impacto Ambiental (EIA/RIMA), três audiências públicas ⁤e 65 reuniões técnicas em mais de 20 municípios nos estados do Pará e Amapá. Já a Petrobras considera essa licença uma “conquista da sociedade brasileira”,garantindo ter cumprido‍ todos⁤ os requisitos exigidos pelo órgão ambiental.

Falta de consulta às ⁢comunidades ‍tradicionais

As entidades denunciam‍ que o ⁤processo ignorou povos indígenas e comunidades tradicionais locais. Segundo elas,não foram realizados os‍ estudos específicos sobre componentes indígenas ou quilombolas nem houve consulta livre,prévia e​ informada conforme determina ​a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A região abrange terras indígenas, quilombolas, colônias pesqueiras artesanais além de reservas extrativistas‍ costeiras.

Declarações das lideranças

Kleber⁣ Karipuna, coordenador-executivo da⁤ Apib afirmou ​que o projeto é predatório ao desconsiderar as vozes dos povos originários – verdadeiros guardiões da floresta – especialmente às vésperas​ da COP30. Toya Manchineri ‍(Coiab) ressaltou ser inadmissível qualquer ​decisão sem diálogo com quem cuida há milênios desses territórios. ‌Núbia Cristina (conaq) destacou esforços contínuos há três anos para garantir participação efetiva ⁢nas decisões sobre ⁤exploração petrolífera na região.

Impactos ambientais e‌ climáticos apontados pelas ONGs

Na ação judicial são questionados estudos ⁣apresentados pela Petrobras sobre vazamentos potenciais. As modelagens usadas ignoram fatores importantes⁣ como correntes subsuperficiais ou sedimentos locais além subestimarem uso dispersantes⁢ químicos em caso acidente grave.

Segundo as organizações ambientais:

  • Até⁢ 20% ⁣do óleo derramado poderia atingir o Grande ⁣Sistema Recifal Amazônico;
  • Dados⁤ utilizados pela empresa são antigos – datam de 2013 – apesar existirem informações atualizadas até 2024;
  • O licenciamento não considerou adequadamente os impactos climáticos associados à exploração fóssil;
  • Desde 2021 alertas internacionais indicam que ‍novos projetos fósseis devem ser evitados para limitar aquecimento global ‌abaixo dos 1,5 °C;

Nicole Oliveira (Instituto ​Arayara) criticou ⁤contradições entre discurso público sobre transição energética justa versus expansão fóssil liderada pela​ própria Petrobras na América Latina. Suely Araújo (Observatório​ do Clima) reforçou preocupação com risco climático agravado pela autorização irresponsável pouco antes da COP30.

além disso:

  • O Bloco FZA-M-59 é apenas o primeiro ‍entre outros oito blocos em fase finalização no licenciamento;
  • Em junho deste ano foram arrematados mais⁢ dezenove‍ blocos ‌em leilão promovido pela Agência Nacional​ do Petróleo (ANP);

As ⁣ONGs alertam ​que essa expansão aumentará ‍significativamente emissões gases efeito estufa agravando⁢ ainda mais crise climática global.

Resposta oficial: aprimoramentos no projeto

Em nota oficial ao ser procurado:

  • O Ibama reafirmou ter seguido processo rigoroso após ⁤indeferimento inicial ocorrido em maio/2023;
  • Destacou avanços como ‌construção Centro Reabilitação Despetrolização no município Oiapoque/AP;
  • Inclusão embarcações offshore dedicadas atendimento fauna oleada durante operação petrolífera;

Durante perfuração será⁢ realizado exercício⁤ simulado ⁤focado resposta emergencial à fauna afetada.

Por sua vez:

A Petrobras declarou ter cumprido integralmente todas exigências ‌ambientais ⁤estabelecidas pelo ‌Ibama; realizou simulado in⁢ loco ⁣denominado Avaliação Pré-operacional comprovando capacidade técnica resposta emergencial;⁤ mantém compromisso com desenvolvimento sustentável Margem Equatorial brasileira visando ‍segurança energética nacional aliada ⁣à ⁣transição energética⁣ justa.

posicionamento jurídico sobre ação judicial

A​ Advocacia-Geral da​ União⁢ informou ​prioridade máxima‌ à⁢ tramitação judicial buscando preservar aspectos ambientais sociais econômicos envolvidos no caso; reafirmando compromisso com legalidade ‌processos licenciamentos ambientais bem ‌como⁤ defesa interesse público.


Diante desse cenário complexo envolvendo interesses econômicos ​estratégicos versus ‌proteção ‍socioambiental ⁢tradicionalmente vulnerável na ‌Amazônia oriental brasileira​ é‍ essential acompanhar desdobramentos judiciais dessa demanda crucial para futuro sustentável regional.

Acompanhe as ‌atualizações desta matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique ‌sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!

ARTIGOS RELACIONADOS

Mais populares